Nos 120 anos da Missão Cruls, homenageamos dois
intelectuais que pensaram Brasília antes de JK
(Xiko Mendes,
Cadeira VI, APL)
No dia 7 de maio de 2014
comemorou-se 120 anos da 1ª edição do Relatório da Missão Cruls. Aproveitamos
essa efeméride para celebrar duas dignas personalidades que Brasília desconhece
e ignora.
Francisco Adolpho de Varnhagem,
VISCONDE DE PORTO SEGURO, notável diplomata e historiador, esteve por seis
meses aqui no atual território do Distrito Federal, em 1877, conhecendo e
estudando por conta própria qual seria o melhor lugar para construir a nova
capital do Brasil que seria chamada de Imperatória.
Tanto na sua obra “Memorial Orgânico” quanto postumamente
também na obra “A Questão da Capital:
Marítima ou no Interior” (esta fruto de sua viagem acima citada, quando se
hospedou em Formosa), ele defendeu a construção de nossa Brasília entre três belas
lagoas (Feia, Formosa e Mestre D’armas), na área que naquela época (1877) pertencia
a Formosa-GO (Planaltina-DF não era
cidade e pertencia ao território formosense). Essa região foi batizada como
Chapadão Visconde de Porto Seguro, pela Missão Cruls (17/5/1892 – 7/5/1894).
Lauro Müller, outro grande brasileiro, filho de imigrantes
alemães (1863-1926), que também deu sua contribuição a Brasília, mas que assim como
o Visconde de Porto Seguro, as autoridades do DF não se lembram dele. Foi deputado,
governandor de Santa Catarina, ministro de estado e membro da Academia
Brasileira de Letras. Como deputado constituinte, Lauro é o AUTOR DA EMENDA que se converteu no Artigo
3º da Constituição Federal de 1891, que tornou obrigatória a demarcação do território do futuro Distrito
Federal numa área (depois chamada de Quadrilátero Cruls) correspondente a
14.400 Km2, que abrangia os municípios goianos de Formosa, Planaltina e
Luziânia.
A Missão Cruls, que estudou o território brasiliense com o objetivo de se
construir Brasília, é fruto dessa emenda do catarinense Lauro Müller.
Parabenizamos esses dois pioneiros de Brasília ignorados pelos rituais solenes
em estilo “chapa branca” que celebram em 21 de abril apenas a tríade JK,
Niemeyer e Lúcio Costa. Brasília é obra coletiva do nosso povo.
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