sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Você conhece esse lugar? Então, leia!!!!

AGNELÂNDIA: Que lugar é esse?
Xiko Mendes
(Da Academia Planaltinense de Letras e da Associação Nacional de Escritores).

Sou uma pessoa que não vive em lugar onde a Cultura e a Educação são desvalorizadas ou onde a liberdade é sufocada pelo oportunismo, pelo jeitinho de querer levar vantagem em tudo. Só fico feliz se ver crianças sendo bem educadas e onde cineastas, artistas de circo, escritores, atores, professores, cientistas, pintores, artistas de rua se sintam felizes. Preciso estar em lugares onde pulsa a alma do povo. Por isso é que mudei para LISÁBRIA, capital de um estranho país tropical chamado LISARB, que Stephan Zweig já chamou de País do Futuro.

Em Lisábria fui morar primeiro na vila RORIZÍNIA. Mas não gostei. As escolas eram de lata. O lanche era feijão com farinha. Para manipular os pobres, o governo dava a eles leite e pão todos os dias como uma espécie de ração a conta gotas. A cultura era só para os ricos. No Grande Teatro de Lisábria várias atividades artísticas eram apresentadas às elites, que pagavam ingressos altíssimos. Um coronel controlava Lisábria nessa época, pois entendia que a cidade era um espólio de seus antepassados, antes donos de terras por ali quando a Capital foi construída por um ilustre descendente de João Nepomuceno, vindo da Boêmia, na extinta Tchecoslováquia.
Depois mudei de bairro. Fui morar na CRISTOVÂNIA quando um governante intelectual assumiu o Poder. Melhorou um pouco o ensino, mas ele fazia mais propaganda que o que de fato fazia para os mais humildes. Inventava projetos demais e se enrolava na realização deles. Professores fizeram greves e fracassaram. Inventaram uma tal de Escola Calanga, que também não deu certo. A cultura até avançou, mas não chegou nas favelas e nos lugares subterrâneos onde a alma humana se espreme nos becos para gritar a voz dos oprimidos contra o espírito subserviente da humanidade.

Mudei de novo pra vila Rorizínia. Aí “o bicho pegou”. Os assentamentos improvisados da época anterior se tornaram cidades cheias de gente sem emprego, sem saneamento, sem infraestrutura. Aumentou a violência e falta policiamento. Aumentou o povo e faltam hospitais que prestam. Nessa época, o novo governante de Lisábria mudou a denominação do meu bairro: passou a se chamar ARRUDÂNIA. Como era um homem de fé na corrupção, fé nas trapaças, logo ele tomou milhões em empréstimos internacionais, aumentou a dívida do Governo e melhorou a estrutura das periferias para se reeleger. Mas meteu a mão nos empréstimos e foi parar na cadeia. Foi preso na Cadeia de Pandora e, após muitas “orações da propina”, conseguiu ser solto. Seu governo esfacelou-se e parte de seus aliados foi pro outro lado. Estão procurando casa pra alugar no bairro Agnelândia. Será que vão ceder casa pra eles?
Revoltado, mudei de bairro. Agora estou morando na AGNELÂNDIA, mas estou com medo. Esse é um bairro novo, um lugar sedutor, cheio de promessas que ainda não se realizaram. Em todos os bairros onde morei aqui em Lisábria, Cultura e Educação nunca foram prioridades. Mas o novo governante dessa cidade-capital informa que agora vai priorizar a Educação e a valorização das artes e das ciências. Eu não acredito, pois há vinte anos sou um dos que lutam pela construção de uma CASA DE CULTURA. Infelizmente já mudei de bairro várias vezes como você observa e esse centro cultural ainda não foi edificado. Já saiu até verba, mas roubaram.
Agnelândia é um lugar cujo governo é um colchão de retalhos: tem político corrupto que migrou do bairro Arrudânia e do bairro Rorizínia; tem políticos éticos que antes eram meus vizinhos na vila Cristovânia. Vamos apostar que dessa vez a Ética derrote a INÉPCIA, pois o novo governante parece ser um homem simples, humilde e cheio de boa vontade em querer transformar nossa dramática situação. Leite, pão, lote de graça, kit invasão, condomínios irregulares, transporte pirata, frota de ônibus poluentes e caindo aos pedaços, endividamento público crescente, servidores públicos com salários achatados... Esse é o quadro social de Lisábria.
Será que tenho outra vez de mudar de bairro daqui a quatro anos? Mas prometo que não vou residir mais em Rorizínia, Arrudânia... São bairros decadentes onde a especulação imobiliária praticada pela empresa “Luizosório & Paulo” encareceu a moradia. Uma coisa eu lhe garanto: com casa ou sem CASA DE CULTURA eu não vou morar em Filipelândia. Na Copa de 2014, no jogo que ocorrerá em Lisábria, vou assisti-lo em outro lugar caso aqui, em Agnelândia, CULTURA e EDUCAÇÃO não se tornarem prioridades de governo. É ver pra crer, não é Dona Ilma Louzefa?


Feliz 2011 para todos os cultores das letras!

Eles NÃO calarão Nossa Voz!

Xiko Mendes e Sandra Araújo

Ninguém jamais calará a Nossa Voz
Porque ela é Verdade que incomoda.
É luz que segue acordando todos Nós
E é brasa viva para quem não acorda.

Ninguém jamais calará a Nossa Voz
Porque a Liberdade é o nosso projeto.
É nossa estrela que brilha e anda veloz;
E indica o caminho que achamos correto.

Ninguém jamais calará a Nossa Voz
Porque ela reivindica a Paz e o Amor.
Ela é contrária ao nosso instinto atroz,
Mas é instrumento contra o impostor.

Ninguém jamais calará a Nossa Voz
Porque o Silêncio é cúmplice do medo.
Hoje queremos que você se junte a Nós
Contra as mentiras e os falsos segredos.

Fonte: texto extraido de www.unidosporumformosodiferente.blogspot.com

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CASTRO ALVES
Patrono da Cadeira XI

Antônio de Castro Alves nasceu a 14 de março de 1847 na comarca de Cachoeira, na Bahia, e faleceu a 6 de julho de 1871, em Salvador, no mesmo estado brasileiro. Fez o curso primário no Ginásio Baiano.
Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito de Recife. Datam desse tempo os seus amores com a atriz portuguesa Eugênia Câmara e a composição dos primeiros poemas abolicionistas: Os Escravos e A Cachoeira de Paulo Afonso, declamando-os em comícios cívicos.
Em 1867 deixa Recife, indo para a Bahia, onde faz representar seu drama: Gonzaga. Segue depois para o Rio de Janeiro, recebendo aí incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis. Em São Paulo, encontra nas Arcadas a mais brilhante das gerações, na qual se contavam Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Bia Fortes e tantos outros. Vive, então, os seus dias de maior glória.
A 11 de novembro de 1868, em caçada nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, resultando-lhe a amputação do pé. Sobreveio, em seguida, a tuberculose, sendo obrigado a voltar à Bahia, onde veio a falecer.
Castro Alves pertenceu à Terceira Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época.
Suas obras : Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A Revolução de Minas, Cachoeira de Paulo Afonso, Vozes D'África, O Navio Negreiro, etc.

JOSÉ DÉCIO FILHO
Patrono da Cadeira XII

José Décio Filho Nasceu na cidade de Posse (GO), em 08 de janeiro de 1918, e faleceu na cidade de Goiás, em 04 de julho de 1976. Fez o primário em sua cidade natal e, em Formosa-GO, iniciou e concluiu o secundário no Lyceu de Goiás.
Na década de 40, atuou nos jornais O Popular, Folha de Goiaz e Tribuna de Goiás, e colaborou na revista Oeste, que muito contribuiu com a formação modernista em Goiás.
Em 1960, os intelectuais indicam seu nome para o Departamento de Cultura, atuando nesse órgão por muitos anos junto à Secretaria de Educação e Cultura de Goiás. Gilberto Mendonça Teles, no livro A poesia em Goiás, assinala que a poesia de José Décio Filho é bem representativa no segundo momento do Modernismo, na fase construtivista, filiada a Carlos Drummond de Andrade, por isso “que, tecnicamente, a sua linguagem poética se filia a esse ritmo natural, amétrico — preciosas contribuições estéticas do Modernismo à literatura nacional”.
Pelo seu livro Poemas e Elegias, de 1953, José Décio recebeu o Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos.

GRACILIANO RAMOS
Patrono da Cadeira XIV

Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga, dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza, olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura".
Em 1894, a família muda-se para Buíque (PE), onde o escritor tem contacto com as primeiras letras. Em 1904, retornam ao Estado de Alagoas, indo morara em Viçosa. Lá, Graciliano cria um jornalzinho dedicado às crianças, o "Dilúculo". Posteriormente, redige o jornal "Echo Viçosense", que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio.
Em 1905 vai para Maceió, onde freqüenta, por pouco tempo, o Colégio Quinze de Março, dirigido pelo professor Agnelo Marques Barbosa.
Em 1938, publica seu famoso romance "Vidas secas". No ano seguinte é nomeado Inspetor Federal do Ensino Secundário no Rio de Janeiro. Em 1942, recebe o prêmio "Felipe de Oliveira" pelo conjunto de sua obra, por ocasião do jantar comemorativo aos seus 50 anos.
O romance "Brandão entre o mar e o amor", escrito em parceria com Jorge Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz é publicado pela Livraria Martins, S. Paulo.
Em 1946, publica "Histórias incompletas", que reúne os contos de "Dois dedos", o conto inédito "Luciana", três capítulos de "Vidas secas" e quatro capítulos de "Infância". Os contos de "Insônia" são publicados em 1947.O livro "Infância" é publicado no Uruguai, em 1948.
Em janeiro de 1953 é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira. É publicado o livro "Memórias do cárcere", que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final.
Postumamente, são publicados os seguintes livros: "Viagem", 1954, "Linhas tortas", "Viventes das Alagoas" e "Alexandre e outros heróis", em 1962, e "Cartas", 1980, uma reunião de sua correspondência.

(NOGUEIRA JR, Arnaldo, www.releituras.com/graciramos)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

JOSÉ GERALDO
Patrono da Cadeira XXVII

José Geraldo Pires de Mello nasceu em Niterói, no dia 18 de maio de 1924. Estreou em livro com seu De Braços Dados (coroa de sonetos), em 1975, seguindo-se outro livro de sonetos: Chama de Amor (1978), O Catavento Amarelo (1978) e A Mensagem do Arco-íris (1981), todos eles publicados em Brasília, onde reside.
Também em 1975 licenciou-se em Português/Latim e Português/Espanhol pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília – CEUB, em cujo Departamento de Letras leciona desde 1978, nas áreas de Literatura Brasileira e Pesquisa Literária e, eventualmente, nas de Literatura Portuguesa e Teoria da Literatura. No mesmo estabelecimento de ensino integrou, em 1982, a primeira turma de pós-graduação (latu sensu) na área de Moderna Literatura Brasileira.
Apaixonado pela poesia clássica e especialista na arte de escrever respeitando o ritmo e a métrica, José Geraldo tem como ídolo o poeta Cruz e Sousa, a quem dedicou um Ensaio (Cem Anos com Cruz e Sousa), publicado pela Thesaurus em 1994.
No auge dos seus 83 anos, participa de várias entidades de caráter cultural, entre elas a Associação Nacional de Escritores (Brasília), Academia Niteroiense de Letras (Niterói-RJ), Academia Brasileira de Literatura (Rio de Janeiro), Academia Fluminense de Letras (Rio de Janeiro), Academia Brasiliense de Letras (Brasília), Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil (Rio de Janeiro) e Academia de Letras do Brasil (Brasília).
É comum encontrarmos na sua vasta obra poética - além do ritmo, da métrica e do lirismo - os versos burlescos, marca registrada do poeta, contista e ensaísta José Geraldo Pires de Mello.
José Geraldo faleceu a 21 de abril de 2010, deixando órfãos todos aqueles que apreciam os versos bem esculpidos.
PAULO LEIVAS MACALÃO
Patrono da Cadeira XXVIII

Paulo Leivas Macalão nasceu em 17 de setembro de 1903, na cidade de Santana do Livramento-RS. Filho de João Maria Macalão e Joaquina Georgina Leivas Macalão, o Pastor Paulo Leivas Macalão teve sua educação inicial no Colégio Batista do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo que sua formação secundária foi no Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro. Era desejo de sua família que seguisse carreira militar, a exemplo de seu pai, que era general do Exército Brasileiro, tendo planejado seu ingresso na Academia de Realengo, Rio de Janeiro. Porém a forte convicção de sua vida estava sendo orientada por Deus, e tendo seu coração movido pela necessidade espiritual de levar a mensagem de amor e de esperança de Deus, revelados ao mundo através de seu filho Jesus Cristo.
Em 17 de janeiro de 1934 casou-se com a missionária Zélia Brito Macalão, que sempre colaborou efusivamente no ministério de seu esposo. O casal teve um único filho – Paulo Brito Macalão.
O primeiro fruto do seu profícuo ministério foi a Assembléia de Deus de Bangu - RJ, advindo desse trabalho centenas de igrejas em alguns estados do Brasil. Possuidor de um grande preparo intelectual, grande conhecedor da música, exímio violinista, o Pastor Paulo Leivas Macalão é autor de grande número das mais belas composições da Harpa Cristã – o hinário oficial das Assembléias de Deus no Brasil. Profundo conhecedor da Bíblia, teve trabalhos publicados nos principais jornais e revistas evangélicos, além de fundar o jornal “O Semeador”.
Quando poucos acreditavam, o Pastor Paulo Leivas Macalão engendrou uma campanha para construção do Templo da Assembléia de Deus de Volta Redonda, templo esse que faz parte da configuração arquitetônica daquela cidade, sendo inclusive alvo de estudos para tombamento como patrimônio histórico da Cidade do Aço.
O Pastor Paulo Leivas Macalão faleceu às 9 horas e 16 minutos do dia 26 de agosto de 1982, aos 79 anos de idade.


(GONÇALVES, Nelson, www.alerjln1.alerj.rj.gov.br)
GUIMARÃES ROSA
Patrono da Cadeira XXXII

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e teve como pia batismal uma peça singular talhada em milenar pedra calcária – uma estalagmite arrancada à Gruta do Maquiné. Era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" – comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.
Aos 7 anos incompletos, Joãozito começou a estudar francês, por conta própria. Em março de 1917, chegava a Cordisburgo, como coadjutor, Frei Canísio Zoetmulder, frade franciscano holandês, com o qual o menino fez amizade imediata. Em companhia do frade, iniciou-se no holandês e deu prosseguimento aos estudos de francês, que iniciara sozinho.
Aos 9 anos incompletos, foi morar com os avós em Belo Horizonte, onde terminou o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena; até então fora aluno da Escola Mestre Candinho, em Cordisburgo. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João Del Rei, onde permaneceu por pouco tempo, em regime de internato, visto não ter conseguido adaptar-se – não suportava a comida, retornando a Belo Horizonte matriculou-se no Colégio Arnaldo, de padres alemães e, desde logo, para não perder a oportunidade, tendo se dedicado ao estudo da língua de Goethe, a qual aprendeu em pouco tempo.
Em 1925, matricula-se na Faculdade de Medicina da U.M.G.*, com apenas 16 anos. Em 1929, ainda como estudante, João Guimarães Rosa estreou nas letras. Escreveu quatro contos: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke (título grego, significando Tempo e Destino), O mistério de Highmore Hall e Makiné para um concurso promovido pela revista O Cruzeiro. Visava mais os prêmios (cem mil réis o conto) do que propriamente a experiência literária; todos os contos foram premiados e publicados com ilustrações em 1929-1930. Mais tarde, Guimarães Rosa confessaria que nessa época escrevia friamente, sem paixão, preso a moldes alheios – era como se garimpasse em errada lavra. Seja como for, essa primeira experiência literária de Guimarães Rosa não poderia dar uma idéia, ainda que pálida, de sua produção futura, confirmando suas próprias palavras em um dos prefácios de Tutaméia.


(NOGUEIRA JR, Arnaldo, www.releituras.com/guimarosa)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

RUI BARBOSA
Patrono da Cadeira XXXIII

Rui Barbosa de Oliveira foi, sem dúvida, um dos mais importantes personagens da História do Brasil. Rui era dotado não apenas de inteligência privilegiada, mas também de grande capacidade de trabalho. Essas duas características permitiram-lhe deixar marcas profundas em várias áreas de atividade profissional nos campos do direito - seja como advogado, seja como jurista - do jornalismo, da diplomacia e da política.
Foi Deputado, Senador, Ministro e candidato à Presidência da República em duas ocasiões, tendo realizado campanhas memoráveis. Seu comportamento sempre revelou sólidos princípios éticos e grande independência política.
Participou de todas as grandes questões de sua época, entre as quais a Campanha Abolicionista, a defesa da Federação, a própria fundação da Re¬pública e a Campanha Civilista.
Mesmo admirando a cultura francesa, como todos os intelectuais de sua época, Rui conhecia também a fundo o pensamento político constitucional anglo-americano, que, por seu intermédio, tanto influenciou a nossa primeira Constituição republicana. Era um liberal, e foi sempre um defensor incansável de todas as liberdades.
Orador imbatível e estudioso da língua portuguesa, foi nomeado presidente da Academia Brasileira de Letras em substituição ao grande Machado de Assis.
Sua produção intelectual é vastíssima. Basta dizer que a Fundação já publicou mais de 140 tornos de suas obras completas e ainda tem material para novas edições.
Rui representou o Brasil com brilhantismo na Segunda Conferência Inter¬nacional da Paz, em Haia e, já no final de sua vida, foi nomeado Juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio.
Em suma, Rui foi um cidadão exemplar e, ainda hoje, sua memória é fonte de inspiração para um grande número de brasileiros.

(Mário Brockmann Machado, Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa)
VIVALDO BERNARDES
Patrono da Cadeira XXXIV

Vivaldo Bernardes de Almeida nasceu em Uberaba – MG, em 1923. No ano de 1945 ingressou no Exército Brasileiro, a que serviu em Juiz de Fora – MG até 1948, quando se transferiu para o Rio de Janeiro. Residiu nesta cidade por 10 anos. Deslocando-se para a capital de São Paulo, lá residiu por 11 anos. Regressou à sua cidade natal, já como Oficial do Exército, e graduou-se em Letras-Português/Latim, pela Faculdade de Ciências e Letras São Tomás de Aquino. Posteriormente fez especialização em Análise Sintática, na Universidade de Uberaba – MG.
Lecionou, durante vinte anos, em diversos estabelecimentos de ensino, em Uberaba, pertencendo ao quadro de professores da Polícia Militar do estado de Minas Gerais, sendo aposentado.
Ainda nos bancos da Faculdade, interessou-se pela arte poética, publicando o opúsculo Antigamente era Assim, com sonetos, versos livres e trovas. Hoje, um romântico poeta contemporâneo, com características predominantes do Romantismo e do Parnasianismo, dedica-se inteiramente ao soneto, objeto único do livro Coroas Poéticas (publicado em março de 2005) e de grande parte do livro Versos Diversos (2006). Vivaldo Bernardes é, também, autor dos livros Teresinha em Versos (2009), Andréa em Versos (2010) e Flores e Pedras (2010), e de textos publicados na antologia 2º Momento Literário de Planaltina: Uma Viagem Onírica (APL, 2009).
Paradoxalmente, os males que o vitimaram em 1999 (meningite, leucemia, viuvez e depressão) também o incentivaram a dedicar seus textos à dor, à mulher, às flores, à vida e à morte.
Atualmente, Vivaldo reside em Planaltina-DF.
ÉRICO VERÍSSIMO
Patrono da Cadeira XXXVI

Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebastião Veríssimo da Fonseca e Abegahy Lopes Veríssimo. Em 1909, com menos de 4 anos, vítima de meningite, agravada por uma broncopneumonia, quase vem a falecer. Salva-se graças à interferência do Dr. Olinto de Oliveira, renomado pediatra, que veio de Porto Alegre especialmente para cuidar de seu problema.
Inicia seus estudos em 1912, freqüentando, simultaneamente, o Colégio Elementar Venâncio Aires, daquela cidade, e a Aula Mista Particular, da professora Margarida Pardelhas. Nas horas vagas vai o cinema Biógrafo Ideal ou vê passar o tempo na Farmácia Brasileira, de seu pai. Aos 13 anos, lê autores nacionais — Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos. Com tempo livre, tendo em vista o recesso escolar devido à gripe espanhola, dedica-se, também, aos autores estrangeiros, lendo Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola e Dostoievski.
Em 1920, vai estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante, localizado no bairro de Teresópolis, em Porto Alegre. Tem bom desempenho nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia.
Inicia, em 1947, a escrever “O tempo e o vento”. Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho. Traduz “Mas não se mata cavalo”, de Horace McCoy. Faz a primeira adaptação para o cinema de uma obra de sua autoria: “Mirad los lírios Del campo”, produção argentina dirigida por Ernesto Arancibia que tinha em seu elenco Mauricio Jouvet e Jose Olarra.
Ganha o Prêmio Jabuti – Categoria “Romance”, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, com o livro “O senhor embaixador”. Em 1968, é agraciado com o prêmio “Intelectual do Ano” (Troféu Juca Pato”), em concurso promovido pela “Folha de São Paulo” e pela “União Brasileira de Escritores”.
O escritor falece subitamente no dia 28 de novembro de 1975, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria “A hora do sétimo anjo”.


(NOGUEIRA JR, Arnaldo, www.releituras.com/everissimo)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

EURIDES BRITO
Patronesse da Cadeira XXXVIII

Eurides Brito da Silva nasceu em Capanema, estado do Pará, filha caçula de retirantes nordestinos. De origem humilde, venceu pela educação, tendo sido professora desde os 14 anos de idade, quando começou sua luta para educar as crianças brasileiras.
Capacidade e determinação para enfrentar e vencer os novos desafios jamais faltaram a essa educadora respeitada em todo o país. Sua carreira acadêmica teve um percurso que se iniciou como professora leiga, depois normalista, mais tarde licenciada em Geografia e História pela Universidade Federal do Pará, doutora e livre docente pela Universidade Federal do Paraná, pós-doutorada em Administração de Sistemas Educacionais na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA).
Seu currículo profissional, além de sua missão de ensinar, contém as seguintes atuações: Durante dois mandatos, vice-presidente do Conselho Mundial de Sociedades de Educação Comparada; Diretora do Departamento de Ensino Médio e Superior da Secretaria de Educação do Pará; Dirigente de importantes órgãos do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal por quatro vezes;
Foi, por dois mandatos consecutivos, Conselheira do Conselho Federal de Educação; Exerceu mandato de deputada federal pelo Distrito Federal e é deputada distrital em seu segundo mandato.
Na área da cultura, terminou a construção do Teatro Nacional Cláudo Santoro e seu anexo; Criou o Arquivo Público e o Museu de Artes de Brasília. Criou também o quadro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Instituiu o Projeto Platéia, para levar espetáculos culturais às escolas públicas do DF e trazer os estudantes ao teatro. Recentemente, liderou a criação de uma ONG que mantém a Orquestra Sinfônica da Regional de Ensino de Ceilândia.
Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, trabalhou no apoio à criação do Fundo Constitucional do Distrito Federal, visando assegurar recursos para a segurança, saúde e educação.

CORA CORALINA
Patronesse da Cadeira XXXIX

Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás Velho (GO), na casa que pertencia à sua família há cerca de um século e que se tornaria o museu que hoje reconta sua história. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacinta Luiza do Couto Brandão, Cora, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto (seu nome de batismo), cursou apenas as primeiras letras com mestra Silvina e já aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. Tragédia na Roça foi seu primeiro conto publicado.
Em 1934 casou-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas e foi morar em Jabuticabal, interior de São Paulo, onde nasceram e foram criados seus seis filhos. Só voltou a viver em Goiás em 1956, mais de vinte anos depois de ficar viúva e já produzindo sua obra definitiva. O reencontro de Cora com a cidade e as histórias de sua formação alavancou seu espírito criativo.
Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais, foi publicado em 1965, e levou Cora, aos 75 anos, finalmente a ser reconhecida como a grande porta-voz de uma realidade interiorana já afetada pelo avanço da modernidade, chegando a receber 06 prêmios de poesia no I Encontro das Mulheres na Arte. Recebeu, ainda, o troféu Juca Pato e o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás. O poeta Carlos Drummond de Andrade, surpreendido com a obra de Cora, escreveu-lhe em 1979: "(...) Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (...)".
Cora Coralina tornou-se um símbolo da escritora que defende sua terra e sua gente, além de ser um ícone feminino na história de Goiás. Faleceu em Goiânia, a 10 de abril de 1985. Logo após sua morte, seus amigos e parentes uniram-se para criar a Casa de Coralina, que mantém um museu com objetos da escritora.

(D'ANDRÉA, Carlos F., www.cidadeshistoricas.art.br)
OSWALDO CRUZ
Patrono da Cadeira XL

Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga, pequeno povoado no interior do estado de São Paulo. Foi o primeiro dos seis filhos do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amélia Taborda Bulhões Cruz. Em São Luiz do Paraitinga, mais precisamente na chácara do Dizimeiro, passou os primeiros anos de sua vida.
Em 1877, quando tinha cinco anos, o pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro. Embora já lesse satisfatoriamente, tendo aprendido as primeiras letras com a mãe, foi só nessa ocasião que Oswaldo sentou-se, pela primeira vez, num banco escolar. Cursou o primário no Colégio Laure. Mais tarde, transferiu-se para o Colégio São Pedro de Alcântara e, depois, para o Externato Pedro II, onde se preparou para prestar os exames indispensáveis à matrícula nas escolas superiores.
Em 1886, aos quatorze anos – idade em que a maioria dos estudantes iniciava o curso secundário -, Oswaldo Cruz prestou, com sucesso, os exames para o ingresso na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Oswaldo Cruz recebeu várias homenagens e prêmios, no Brasil e no exterior, em reconhecimento às suas contribuições para o desenvolvimento do país e da ciência médica, em geral. Para ele, tais homenagens eram dirigidas, na verdade, a todos os companheiros de Manguinhos.
Em 1913, veio a confirmação do seu nome para a Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, recebeu homenagens em Montevidéu e em Buenos Aires: a cruz da Legião de Honra francesa e a homenagem da Sociedade de Medicina e Cirurgia.
Aos trinta e cinco anos, após ter sido detectada a presença de albumina em sua urina, recebera um diagnóstico de nefrite, problema que conhecia bem, pois seu pai havia sofrido do mesmo mal até morrer, aos 48 anos. Sua saúde se deteriorava a olhos vistos e na noite de 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos, Oswaldo Cruz faleceu em Petrópolis-RJ.


sábado, 11 de dezembro de 2010

APL FESTEJA ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES EM 2010 COM MÚSICA E POESIA


Aconteceu na noite da última sexta-feira, dia 10/12, o ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES da Academia Planaltinense de Letras em 2010. O evento se deu no SALÃO CULTURAL do Casarão Hotel e reuniu um pequeno, porém seleto, grupo de espectadores que, atentos, deleitaram-se com o SARAU DE MÚSICA E POESIA proporcionado por aquela confraria. E mais uma vez, o grupo musical Riacho de Maná (composto pelos músicos Gersinho, Rodrigo do Cavaco, Henrique, Ari Feitosa e pelo músico e poeta Marcos Alagoas, titular da cadeira 11 da APL) marcou presença e deu um show à parte com seu belíssimo repertório da MPB, do qual fizeram parte algumas composições próprias.
Ao final do primeiro bloco de músicas apresentadas pelo grupo Riacho de Maná, os poetas Luiz Felipe Vitelli, Vivaldo Bernardes, Kora Lopes, Vanilson Reis, Adenir Oliveira, Xiko Mendes, Joésio Menezes e João Batista (coordenador do Projeto Rádio Diversidade e representante da Rádio Comunitária Utopia FM) presentearam a plateia com suas poesias, declamando-as com a sensibilidade e performance típicas dos poetas. Já a poetisa Geralda Vieira foi representada pela neta, Julianna Vieira, que leu uma poesia da avó em homenagem às mulheres.
Durante o evento, os poetas Geralda Vieira e Vivaldo Bernardes (ambos da APL) apresentaram ao público seus mais recentes trabalhos poéticos, os livros Do Meu, do Seu, do Nosso Coração e Flores e Pedras, respectivamente.
A noite festiva terminou da mesma forma que se iniciou: com os rapazes do grupo Riacho de Maná no palco, cantando e levando o público ao êxtase nirvânico. Mas como “tudo que é bom dura pouco”, tendo em vista o adiantado das horas (já passava das 22), a Presidenta da APL, Kora Lopes, em obediência à Lei 1.065/96 (Lei do Silêncio), agradeceu a presença de todos e deu por encerrada a festa, prometendo para o ano vindouro outros eventos tão agradáveis como aquele.








sábado, 4 de dezembro de 2010

CONVITE