Manifestações Culturais de Planaltina
por Mário Castro, Cadeira nº
3
Compreendemos as manifestações culturais em Planaltina
como momentos sucessivos que unem a paisagem urbana, o fazer e o modo de ser de
seus habitantes. Com essas considerações, esclarecemos que definimos esses
“momentos” sem a preocupação cronológica de tempo, mas com a largueza do tempo
e frequência de ocorrência dos eventos ou de observação do que se classifica
como objeto de expressão cultural. Dispensamos da presente abordagem as
motivações, o caráter religioso ou místico e os aspectos psicanalíticos, que
possam caracterizar as deformações dessas manifestações no curso de seus
acontecimentos. Assim, temos:
1. Festas religiosas e folclóricas:
Uma Festa religiosa de Planaltina que teve acontecimento
desde a criação do Arraial foi a de São Sebastião.
Houve uma promessa de doação de terras com a construção
de um orago se uma epidemia que dizimava os moradores da região, nos idos de
1790, tivesse fim. Com o acontecimento do “milagre”, em agradecimento, a
população que habitava o Sítio de Mestre d’Armas fez a doação de meia légua por
uma de terras para se criar um povoamento dos devotos de São Sebastião. E com a
construção da dita igrejinha, na sua inauguração, foi criado o Arraial de São
Sebastião de Mestre d’Armas.
A festa de São Sebastião passou a ser a mais importante
do Arraial e teve o seu crescimento até o início do século XX. Constituía-se
novena, animação, quermesse e leilões. Sendo que no início a própria presença
de padres considerava-se um privilégio. Esse era o tempo de realização de
batizados, casamentos e rezas.
Outra festa religiosa era a de São João, que se tem
notícia de seu aparecimento depois de alguns anos da criação da Paróquia de
Planaltina, em 1880. No início, até 1920, mais ou menos, definia-se uma criança
como “Imperador”, e a festa era animada com danças de quadrilha, catira,
umbigada, curraleira e baile. Havia a novena de São João, fogueira, hasteamento
do mastro e quermesses.
Dois eventos que se consideram folclóricos eram a
construção de presépios em várias casas do Povoado com a consequente visitação
de um grupo de jovens, caracterizados como pastores, que realizava cânticos
alegres e agraciado com um café com biscoitos, que era servido pelo morador.
2. Folias:
A Folia da Reis ocorria na área urbana e rural desde o
início do século passado. “Com a construção de Brasília, ela perdeu os dois
mascarados, o boi prateado que dançava, os guias violeiros e a sanfona de oito
baixo”, contavam os antigos. Ficou o colorido das fitas e das roupas dos
acompanhantes e o estandarte com a imagem dos reis magos. Uma caixa marcando o
ritmo e uns pandeiros.
A Folia de Reis nunca teve um número fixo ou definido de
participantes. Mas, enfim, ela era composta dos três reis magos: Gaspar,
Belchior e Baltazar; o parta estandarte, dois ou três violeiros; dois palhaços
- “Bastião” e “Morungo” -, que segundo a lenda, eram encaminhados por Herodes
para alegrar ou matar o menino Jesus, depois de seu nascimento.
A bandeira ou estandarte branco, nas mãos do alferes,
tinha a imagem dos Reis e do santo menino, e mantinha o respeito daqueles que
tinham as suas casas visitadas. A Companhia saía fazendo festa e visitando
casas, que solicitavam a consideração e o atendimento. Na entrada da casa, o
alferes passava a bandeira ou o estandarte para o dono da casa e cantava diante
do presépio. Os guias violeiros cantavam a “licença”, a “viagem do três Reis
Magos”, o “nascimento de Jesus”, os “presentes”, “proteção da casa” e
“agradecimento”.
A Folia escolhia um “festeiro”, que comandava e patrocinava a festa e a novena, com a ajuda
dos donos das casas visitadas, participantes, acompanhantes e noveneiros.
Essa
Folia, segundo Zaide Maciel de Castro, não é diferente noutros lugares e
Estados da Federação.
A folia do Divino Espirito Santo é, hoje, a maior festa
da igreja de Planaltina. Ela pode ser compreendida de duas maneiras diferentes,
unidas pelas mesmas finalidades principais: agradecimentos de graças e
homenagem ao Divino Espírito Santo. São elas: a Folia de rua - que acontece no
setor urbano da Cidade - e a Folia de Roça, com ocorrência na área rural.
A Folia do Divino, na sua origem em Planaltina, após a
criação da Paróquia de São Sebastião, era única, envolvendo os moradores de
maneira global, ainda, quando Vila e, depois, como Cidade. Contavam os antigos
que na área rural, a Folia passou a ser uma coleta de donativos para a festa no
setor urbano. Mas essa coleta, durante nove dias, terminava na casa de um morador
específico, que preparava uma recepção. Da mesma forma, o grupo, com um ou dois
instrumentos musicais, usava uma caixa para anunciar que o cortejo passava ou
que chegava. Ao chegar numa fazenda, o grupo cantava e fazia uma coreografia em
volta do Cruzeiro, um sinal próprio do morador católico. A essa cerimônia deram
o nome de “canto do cruzeiro”. Após esse acontecimento, se dirigiam a um altar
para anunciar a chegada e solicitar o acolhimento dos moradores naquela
localidade. A denominação desse fato passou a se chamar de “canto de entrada”.
Depois de servir uma mesa farta para os acompanhantes do cortejo (foliões),
esses mesmos circulavam a mesa fazendo novo agradecimento pela alimentação. A
essa cerimônia deram o nome de “bendito de mesa”. No dia seguinte, no momento
da saída daquela fazenda, o grupo entoava o “canto de despedida”. O evento
dessa passagem pela fazenda recebeu o nome de “pouso de folia”. O barracão,
construído de improviso para abrigar os acompanhantes, também com finalidade de
atendimento durante a noite toda, era chamado de “mussunga”. Ainda sobre o
“pouso”, sempre eram organizados grupos para a dança da catira ou da
curraleira.
Mais tarde, com o desenvolvimento da Folia de Roça, o
porta-bandeira foi chamado de alferes, e foram estabelecidas regras específicas
como: a forma de carregar a bandeira com o devido respeito;o cortejo não podia
trilhar por estradas que cruzassem o caminho já realizado, não se alimentar
calçando o chapéu; que o primeiro pouso fosse chamado de “alvorada da Folia”,
sendo realizado ali o “canto de alvorada”; que ao encerrar a Folia, na igreja,
com os donativos, era feita a “entrega da bandeira” e realizado o canto de
encerramento, com o nome de “desalvorada da Folia”; que fosse escolhido um
“folião da Folia” (comandante) com a finalidade de receber as solicitações dos
“pousos”, organizar o evento com o cortejo e patrocinar (com o recebimento de
doações) os gastos durante os nove dias de Folia; e, o grupo de animação da folia
deveria ser composto de pelo menos: dois violeiros (guias da Folia), um
rabequeiro (que tocava um violino primitivo), um caixa (para soar
compassadamente a passagem ou a chegada do cortejo). Os guias violeiros improvisavam
cânticos próprios, sempre acompanhados por dois outros imitadores (“cunhas” ou
“sombras”) que repetiam as estrofes puxadas pelos violeiros.
O desfecho do evento, hoje, acontece com encontro das
Folias de Rua e de Roça, quando acontecem missas e almoços específicos.
A Folia do Divino de Rua é programada anualmente, quando
são definidas as funções de todos os participantes de todos os eventos da Festa
no ano seguinte. Os cargos principais são escolhidos por sorteio.
A Folia compõe-se inicialmente de um Folião festeiro,
responsável pelo acontecimento da Festa, e um Imperador, que divide os gastos
com o primeiro.
O Folião empunha a bandeira do Divino, chamada de
retrato, e sai rua por rua, casa por casa, pedindo “esmolas”, com o
acompanhamento de uma Banda de música e um coro de vozes. Isto, durante os nove
dias da novena, que antecedem o trido (três últimos dias) da Festa. Dessa
caminhada incansável, o Imperador participa da última.
Sobre
outros participantes envolvidos: mordomo das barracas, que monta as
barraquinhas para entidades religiosas e sociais que contribuem com a Festa e é
parte da animação da quermesse; mordomo da fogueira, que prepara uma grande
para ser queimada com explosões no último dia; mordomo do mastro, que prepara
um retrato no mastro, também, para ser hasteado no penúltimo dia; os juízes de
missa que ornamentam as novenas e as missas no curso da Festa; os noveneiros,
que respondem pela organização das novenas e das recepções dos religiosos em
suas casas; equipes de preparação do almoço final; equipes de marketing e
confecção de material de ornamentação e divulgação da Festa.
Reafirmamos que o trido responde pelo desfecho da toda a
Festa ou da Folia. No penúltimo dia, pela manhã, é celebrada a missa do
catireiro, quando são sorteados os responsáveis por aquele evento no ano
seguinte. No outro dia, à noite, o Folião festeiro e o Imperador, com suas
famílias, mais um grupo de anjos saem dentro de um quadro de suas residências
até a igreja para uma celebração de missa. O Imperador apresenta-se coroado e
carrega um bastão numa badeja de prata.
No domingo, pela manhã, no final da missa, ainda da Festa,
são sorteados: Folião, Imperador e todos participantes da Folia de Rua do ano
seguinte.
Hoje, essas Folias envolvem toda a comunidade de Planaltina,
com a participação das três Paróquias.
03. Danças:
Ao iniciar uma abordagem sobre as danças na região de
Planaltina, procuro a licença para comentar o “Baile da Chita”, por moda criada
para uma geração de jovens não ultrapassou o tempo dessa dita geração (1935 a
1950). Tinha ocorrência anual, próxima da data de São João, e todas as moças
vestiam chita (vestidos de chita). Depois participavam de um baile dançante com
músicas de seresta. Primeiro usavam o espaço de atividades teatrais e de festa:
“a casa”. Mais tarde, o evento ocorreu no espaço do Aero Club local.
A quadrilha, desde o início do século passado, sempre
teve um espaço definido nas festas da Cidade. Assim, os grupos de execução da
dança foram sendo formados no tempo, e em 1980, o grupo principal executava-a
com mais 100 passos. O normal era que os colégios tivessem seus grupos
particulares. Ela é considerada uma dança de salão, trazida para o Brasil no
tempo do império. A quadrilha é uma dança alegre com a participação de até 16
pares.
A catira ou cateretê é uma dança de origem indígena,
bate-pés e bate-mãos, foi introduzida nas festas, nas folias, nas rezas;
primeiro, através dos escravos nas suas atividades sociais. Os guias violeiros
tocam e cantam uma moda contextualizada, bem-humorada. Os palmeiros, com
palmas, sapateados ritmados e coreografia, acompanham trocando os seus lugares.
Os movimentos palmeiros distanciando-se dos violeiros é chamada de
“morro-abaixo”, ao contrário, “morro-acima”. Ao sapateado, às palmas e à troca
de lugares de dois palmeiros dá-se o nome de “escova”.
A catira é uma dança própria para homens, embora em
Planaltina, são formados grupos de
mulheres. O grupo de acompanhantes, ou palmeiro, é chamado de “terno”, composto
de 6, 8, 10 ou 12 pessoas. Dois ou três “guias violeiros”.
04. Teatro e Via Sacra:
Planaltina, desde o início do século passado, teve uma
atenção especial com o Teatro, antes chamado de “ensaiar e apresentar um drama”.
Primeiro veio o grupo de Virgílio Guimarães, que também organizava a área do
esporte com o futebol; depois o Grupo de José Mundim Guimarães, com a
participação do Maestro Alexandre Sicherolli; e mais tarde, o Grupo de Iron
Chave e Dona Clementina Lobo (Dona Chiqueza). Tivemos ricos depoimentos de João
Lapa da Rocha, Sr José Guimarães Mundim (Inhozinho), Dona Alda de Melo e Dona
Leonor de Melo. Houve encenações organizadas por dona Jean (dona Gina), esposa
do Pastor Dr. Franklin. Mais tarde, bem mais tarde, foi a vez de Mario Castro,
Preto Rezende e outros tantos grupos que estão em atuação na Cidade.
O Grupo Via Sacra tem hoje um trabalho importante,
envolvendo entre atores e figurantes quase 400 pessoas com uma apresentação
anual de “Domingo de Ramos”, “Ceia e Horto”, “Via Crucis”, “Ressureição”, “Via
Sacra das crianças”, dentre outros que o Grupo é chamado a se apresentar.
Hoje é sabido que o Grupo mobiliza cerca de 100 mil
pessoas com os seus trabalhos e encenações.
05. Jogos de salão e brincadeiras:
Das brincadeiras de roda e jogos de salão poderíamos
citar uma centena deles. Mas delimitamos o nosso por citar alguns deles, por a
maioria deles caíram em completo desuso. Entanto, fazemos aqui algumas
referências para o registro histórico.
O
“cipó queimado”, por exemplo, consiste numa roda de jovens que “de cócoras”, e
de olhos fechados, aguardam o dono do cipó escondê-lo atrás de um que deverá
persegui-lo até o seu antigo lugar. Se alcançá-lo, o mesmo voltará para mais
uma jornada. Não o alcançando, o novo dono repetirá as ações de seu antecessor.
Ou, ainda, o jovem perseguido ultrapassando o seu lugar terá a alternativa de
correr para um pique definido, antes do jogo. Nessa corrida, o perseguidor,
alcançando-o, terá o direito de dar-lhe cipoadas.
Para quebrar a monotonia, de vez em quando o dono do cipó
pede aos participantes para entoarem um canto de roda e fazerem a roda girar.
Ao término do canto, todos ficam abaixados e a brincadeira recomeça.
Hoje, muitas dessas brincadeiras e jogos de salão são
realizadas com os alunos das primeiras séries nas escolas ou no seio das
famílias, nas horas de folga.
Podemos, no momento, relacionar uma série dessas
brincadeiras: “roda com a subtração de cadeira”, “salve o baquete”, “toma este
anel”, “escravos de Jó”, “boca de forno”, “ciranda, cirandinha”, “ponte da
aliança”, “pau no gato”, “minha direita está vaga”, “maré”, “acusado”,
“pique-esconde” e as advinhas, tantas, como pagamento de prendas para quem
comete erro.
06. “Causos” e Lendas :
A partir dos depoimentos dos antigos, através de entrevistas
que realizamos, escolhemos alguns exemplos dispondo os resumos ou roteiros
dessas lendas, desses “causo”:
Em Planaltina, lá pelos idos de 1930 a 1940, havia um
carro-de-bois, invisível, que passava da Lagoa da Piteira (entrada da Cidade) à
saída de Formosa. Muitos relatam que ouviram o barulho peculiar do carro e o
aboio de uma pessoa que o guiava caminho afora.
Uns acrescentam os nomes dos bois, pelo que ouviram nos
aboios. Outros dizem, que de vez em quando o guia se impacientava com os
bois... Outros, ainda, contam que o “carro encantado” passa aí em plena rua,
que dava pra se ouvir o som dos rodeirões, o caminhar dos bois e o canto do
carro. Eles contavam que podiam localizar, no espaço, cada momento da passagem
de tal carro.
Outro “causo”, que se tornou lenda, encontra-se na
história de “Romãozinho”. Contavam que havia um menino muito danado que morava
numa fazenda com os seus pais. Um dia, a mãe encarregou o menino de levar
comida para o pai, que trabalhava na roça. No meio do caminho, o menino parou e
comeu os pedaços de frango que estavam naquele embrulho. Recolocou de volta os
ossos restantes por cima e fechou a encomenda. Depois, continuou a sua jornada.
O pai, ao receber aquele fardo, notou que do frango só havia os ossos. E
questionou o menino: “- Uai, meu filho, que foi que houve? Aqui só estão os
ossos da galinha!”
E o menino não pensou duas vezes e disse: “-Ora, pai...
Aquele homem que vai todo dia, depois que o senhor sai, comeu a carne e a mãe
colocou aí o que sobrou.”
Depois dessa notícia, o pai desassossegou e foi embora
pra casa. Em casa pediu explicações para a mulher, que afirmara ter sido
mentira do Romão. Mas o pai não acreditou. O pai deu uma surra cruel e maldosa
naquela mulher, que ficara desfalecida... Mas no primeiro contato com o filho,
ela disse que ele haveria de sofrer durante o tempo que correspondesse as penas
de uma galinha. O menino ouviu aquilo, sem dizer uma palavra e saiu...
Com esse fato, ninguém mais soube a notícia do paradeiro
de Romão pelo interior de Goiás, inclusive em Planaltina. A notícia que se tem
lembrança do Romãozinho é que ele se faz presente em alguns lugares, dizendo: “-
Aqui é Romão!” E dá uma gargalhada terrosa. E o resultado: casa apedrejada,
esterco encontrado na comida, moças que aparecem maquiadas pela manhã, colares
e brincos que nunca viram, porteiras que abrem e fecham de forma sobrenatural,
animais que são afugentados nos pastos... Muitas outras estripulias são
relatadas como obra de Romão, no interior do Estado.
Muitas histórias foram contadas como “causo”, ou como
lenda, na região de Planaltina, como por exemplo: “A mulher de branco”, “o homem da
sela nas costas”, a bola de fogo”, “o ouro de urbano”, dentre outros.
07. Benzimentos:
Os benzimentos, hoje, ficam restritos à área rural, nas
fazendas. Mas não temos dúvida de que, quando a medicina e a farmácia não
alcançam resultados satisfatórios, os benzimentos entram em ação.
Dois grandes benzedores, nossos informantes, que moraram
em Planaltina, foram: Sr. João Reis Gomes e o Sr. Francisco José. Embora as
informações fossem reservadas, tivemos a oportunidade desses contatos cheios e
ricos de revelações.
Ao lado dos benzimentos aparece uma rica farmacopeia na
história da cultura popular da região.
Longe dos recursos e da ciência, Planaltina viveu durante muitos anos,
cultivando a flora medicinal, os chás caseiros, raizadas e xaropes.
O Sr. Joaquim dos Reis Gomes, ou Sr Reis, era um dos
maiores conhecedores da flora dos “remédios caseiros”. Há inúmeros receituários
seus, acompanhados dos diagnósticos.
08. Artes plásticas e música:
As artes plásticas são carentes de informações. O mais
antigo registro tem como desenhista e pintor o Mestre João Lapa da Rocha, que
executava os seus trabalhos e painéis nas paredes das casas residenciais por
solicitação de seus proprietários. Isso, na primeira metade do século passado.
Em seguida, aparece Carlos Castro e Silva (Carlos pintor) com a elaboração de
painéis e quadros, com todo o material preparado por si mesmo e era conclamado
para execução de suas obras pelos comerciantes e por responsáveis dos eventos da
Prefeitura.
Nesse campo, enumera-se também Antenor Silva, com mini-esculturas
em “mamas de porca”, com reconhecimento nacional.
Recentemente cita-se no âmbito das mini-esculturas o
jovem Adeilton Oliveira, que elabora as suas obras com palitos.
Na área das tapeçarias contam duas artistas com os
trabalhos divulgados e reconhecidos: Maria Beatriz de Planaltina - já falecida
-, com a participação de várias exposições individuais e coletivas. Ainda,
entre os tapeceiros, cita-se Tereza Marra, com várias exposições e uma escola
para o ensino de suas técnicas e a promoção para o aparecimento de novos
artistas.
Mais recentemente, aparecem dois artistas plásticos com
desenhos e pinturas (óleo sobre tela): Imelda de Melo Campos, com um trabalho
realista e algumas vezes retratando a natureza; e Mário Castro, com algumas
exposições individuais e outras tantas coletivas no Distrito Federal e Goiás. Ele
aparece com a participação de um Salão Nacional de Arte e Alguns Salões
Regionais e executa a sua arte com desenhos a bico de pena e óleo sobre tela.
Lançador do estilo meísta no Distrito Federal.
Em se tratando de música, temos o registro da existência
de uma Banda de Música local, nos idos de 1892, que executa o hino nacional
várias vezes, por ocasião da inauguração do Paço Municipal e comemoração de
elevação do Distrito à categoria de Vila.
Mais tarde, tem-se o registro da criação da Banda “6 de
outubro”, com a participação de Clarindo Augusto e sob a maestria de Alexandre
Sicherolli, cujos participantes, na sua maioria, eram funcionários da Empresa
Bevinhatti, Salgado e Cia.
Na década de 30, do século passado, temos o registro da
presença de vários grupos de seresta: União Planaltinense, e outros com quatro
e dez músicos. Nesse tempo a Banda Loca tem a denominação de Santa Cecília e passa
por vários maestros, dentre os quais: Cassimiro de Melo, Edcino Louly e
Otaviano Guimarães.
09. Artesanato e Literatura oral:
No campo do artesanato encontramos a tapeçaria produzida
pelas irmãs com uma consideração internacional, já sendo utilizada como modelos
de cartões postais de Planaltina.
Peças e móveis em palhinha e vime. O grupo que os produz
tem como maior artesão o jovem Laureano. Sua família participa do processo de
produção e o resultado: cadeiras, caixas, guarda-roupas e armários esportivos.
Dona Maria Apolinária e sua família constituem o grupo de
maior produção de arranjos com folhas, flores e galhos secos, usando como fonte
os cerrados. Há mais de quinze anos, esses artesãos concorrem com grande parte
do que se apresenta nas lojas do Distrito Federal, Catedral (vendedores
ambulantes) e Torre de Televisão.
E, finalmente, além de citar a existência da “Casa do
artesão”, localizada na cadeia antiga, enumeramos: peças em cobre e alumínio
fundido, rendas, colchas de retalhos, tecidos ainda fabricados no tear, objetos
feitos em cerâmica, brinquedos feitos de madeira, flores ornamentais, peças em
macramê, peças em vidro, dentre outros.
Na literatura oral encontramos alguns repentistas como
Zuzinha Alves e outros de que se tem notícia: Tira-Teima e Antonio Lalô
(falecidos). E oferecemos como informação o acontecimento do Testamento do
Judas, que era preparado anualmente e lido (em público) no dia de Sábado de
aleluia.
10. Casarios e monumentos urbanos:
O visitante quando chega a Planaltina, pela entrada
antiga, percebe a presença de uma série de casarios mostrando os seus laços de
ligação com a história, que antecede Brasília.
Na Praça Cel. Salviano Monteiro Guimarães encontramos
alguns exemplos de casarios do início do século passado, estilo colonial sem
ornatos. Assim: A casa do Sr. Gastão Salgado, o Casarão Hotel, a casa do idoso,
a casa da D. Nilda Campos, a casa do Paço Municipal (com algumas alterações –
na esquina), a casa de Dr. Hozanah Guimarães e a Casa do Museu.
Na Praça do Largo da Igreja, temos: a igrejinha antiga, a
casa de D. Iaiá e a casa do Sr. Zé Baiano. Na Rua Salvador Coelho, aparecem: a
loja Grande, a casa do Sr. Joviano, a casa que fica em frente à do Sr. Sampaio,
bem em frente a essa que citamos.
Na
Rua 15 de Novembro, encontramos: a casa de João Dutra, a casa do Sr. Jacinto e
a casa usada como creche infantil. E para finalizar, na Rua 1º. de maio,
podemos citar: a casa de D. Tilinha, a casa do Sr. Inhozinho e a casa de D.
Eliacena (com algumas alterações).
Perdoe-nos a citação carinhosa dos apelidos, pois achamos
que esses mesmos facilitarão as localizações para os leitores mais jovens.