sábado, 21 de abril de 2018


NICOLAS BEHR APRESENTA-SE EM PLANALTINA-DF


            Na manhã da última sexta-feira (dia 20/04), na Biblioteca Setorial Monteiro Lobato, o poeta NICOLAS BEHR deu uma palestra aos alunos do Ensino Médio do CED 01 de Planaltina (Centrão). Na sua fala, o poeta discorreu sobre a sua relação de amor com Brasília e com a poesia, expôs aos adolescentes a importância da leitura no processo do “bem escrever” e do “bem falar”, orientou-lhes sobre como se apresentar e se comportar quando da procura por um estágio ou uma vaga de emprego, alertando-lhes, inclusive, sobre as armadilhas que eles podem encontrar na hora de serem entrevistados.
            Ao final da sua palestra, o poeta distribuiu livros a todos os presentes, inclusive à Academia Planaltina de Letras, Artes e Ciências (APLAC), ali representada por Xiko Mendes (Presidente) e Joésio Menezes (Secretário).














terça-feira, 10 de abril de 2018


POESIA: A ARTE DE REVELAR O MUNDO
{Gilberto Martins}

            A poesia tem uma estreita relação com a arte e, essencialmente, com a beleza. Ela é, em si, a síntese de todas as demais manifestações de ordem estética ou comunicativa. Sem ela de que nos serviria a pintura, a escultura, a música, a dança...?
            O texto poético é, por isso mesmo, revelação de sentimento que vem da alma, é inspiração e o resultado de uma visão única do mundo. O poeta é o grande mestre das artes. É ele quem nos apresenta o Universo como definitivamente se descortina diante dos nossos olhos, mas que nem sempre temos a sensibilidade para percebê-lo.
            Martin Heidegger, filósofo alemão, dizia que os filósofos são os “pastores do ser”. Mas, e os poetas?
            Segundo H. Peterson, os poetas são os “pastores das palavras”. São os poetas que velam por elas, que as assistem quando se ferem, indo em busca delas quando se perdem, conhecendo-as por nome e principalmente pelas imagens que simbolizam. Seus textos ampliam o nosso mundo, dão formas diversas às coisas, assim como novas e surpreendentes matizes às cores. E em um cotidiano tão apressado como este em que vivemos, a poesia diminui o nosso ritmo e o ritmo do mundo.
            Não podemos ler um poema celeremente. Se assim o fizermos, a poesia não tocará profundamente os nossos corações e nossas almas como se espera. Diferentemente da prosa que enche a página com palavras, os poemas têm espaços em branco, o que significa que o silêncio tem o seu lugar ao lado do som como algo significativo, essencial à apreensão dessas palavras. E o silêncio não se apercebe na celeridade do tempo nem das ações. Portanto, não podemos mesmo ter pressa ao ler um poema. Precisamos observar as conexões, sentir a cadência, ouvir as ressonâncias.
            Os poemas precisam ser lidos, relidos e relidos...
            Li centenas de vezes o poema “Carta”, de Drummond de Andrade. São apenas três estrofes, quatorze versos, mas um mundo inteiro de sentimentos coube ali dentro.
            É preciso que nos sentemos diante de um poema da mesma maneira que nos sentamos diante de uma flor, do mar que se quebra na praia, ou de um ocaso de colorido impressionante. Dessa forma, a poesia contribui para explorar o real e o imaginário, permitindo transformações naquilo que aparentemente é real.
            A poesia nada mais é, portanto, que o retrato da nossa imaginação, da nossa autenticidade, beleza e emoção.
            Não são poucas as vezes que o poeta necessita ser pessimista na razão para ser otimista na ação.
            Ao longo da história, as ações humanas passaram, passam e sempre passarão pela poesia, pois esta é simplesmente a mais livre de todas as liberdades. Ao longo do tempo a poesia jamais se abateu diante do obscurantismo, do terror ou silêncio impostos.