Patronos


FERNANDO PESSOA
Patrono Máximo da Academia Planaltinense de Letras,
Artes e Ciências – APLAC

       Prosador e poeta português. Nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa. Seu nome completo era Fernando Antônio Nogueira de Seabra Pessoa. Indo para a República Sul-Africana, educou-se na Universidade do Cabo.
      Em 1904 recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
        Em 1905 retorna à cidade natal, dedicando-se, então, à literatura. Em 1912: estréia na Revista Águia. Em 1913 publicou Pauis, escrito que inicia total modificação na poesia portuguesa. Em 1915 funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
      Após a notoriedade, nem sempre positiva, adquirida com a publicação de Orpheu, Pessoa mergulha em anos de relativa obscuridade. Publica um pequeno volume de poemas em inglês, Antinuos and 35 Sonnets (1918), ensaios e poemas esporádicos em algumas revistas, funda outras, envolve-se com o ocultismo e a magia negra, dedica-se ao estudo da astrologia. Em 1934 publica, tomando dinheiro emprestado, o livro Mensagem, e com ele participa do prêmio "Antero de Quental". Recebe o prêmio de Categoria B. No dia 30 de novembro de 1935 morre, de cirrose hepática.
          Fernando Pessoa nunca teve, em vida, o reconhecimento que merecia. Viveu modestamente, em relativa obscuridade. Em vida, teve apenas dois livros publicados: alguns poemas em inglês e Mensagem
       Um misto de angústia e sarcasmo caracteriza suas obras. Notável poeta, escreveu também novelas, ensaios e contos.

(QUEIROZ, Mirna & BARBOSA, Frederico, www.google.com.br)



MANUEL BANDEIRA
Cadeira nº 1

           Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu no dia 19 de abril de 1886, no Recife, Pernambuco.
           Aos dez anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1897 a 1902. Mais tarde, formou-se em Letras.
          Em 1903, começa a estudar Arquitetura na Faculdade Politécnica em São Paulo. No entanto, abandona o curso, pois sua saúde fica frágil. Diante disso, procura curar-se da tuberculose em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Suíça, onde permanece durante um ano.
       De volta ao Brasil, em 1914, dedica-se a sua verdadeira paixão: a literatura. Durante anos de trabalhos publicados em periódicos, publica seu primeiro livro de poesias, intitulado “A Cinza das Horas” (1917).
            Manuel Bandeira possui uma das maiores obras poéticas da moderna literatura brasileira: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Lira dos Cinquent'anos (1940); Literatura Hispano-Americana (1949); De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro (1954); A Flauta de Papel - Rio de Janeiro (1957); Itinerário de Pasárgada (1957) e Andorinha, Andorinha (1966), dentre outras.
         Na Academia Brasileira de Letras (ABL), Manuel Bandeira foi o terceiro ocupante da Cadeira nº 24, eleito em 29 de agosto de 1940. Anteriormente, o lugar esteve ocupado pelo escritor Luís Guimarães Filho.
            Em sua trajetória laboral, destaca-se a sua atuação como professor de Literatura Universal no Externato do Colégio Pedro II, em 1938. Foi também professor de Literatura Hispano-Americana, de 1942 a 1956​, da Faculdade Nacional de Filosofia, onde se aposentou.
            Faleceu no Rio de Janeiro, aos 82 anos, em 13 de outubro de 1968, vítima de hemorragia gástrica.



CELESTINO FILHO
Cadeira nº 2

      Filho de Pedro Celestino da Silva e de Durvalina Naves da Silva, Pedro Celestino da Silva Filho nasceu em Corumbaíba (GO), no dia 27 de outubro de 1915,.
        Iniciou sua vida pública no município de Morrinhos, em seu estado, como escrevente substituto do Cartório do 1º Ofício, secretário da prefeitura e juiz distrital. Fundou o jornal O Liberal daquele município, tendo sido seu diretor entre 1945 e 1954. Em 1958 bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de Goiás.
      Político (Deputado Estadual e Federal) e Jornalista, Celestino Filho pautou-se pela honradez e probidade, destacando-se como um dos mais respeitados e corajosos tribunos de seu ritmo. Sua coragem na defesa das liberdades e garantias dos indivíduos, decepadas pela Revolução de 1964, valeu-lhe a perda de mandato eletivo e a suspensão de seus direitos políticos em 1969. Não bastasse essa agressão à vida desse ilustre goiano, Celestino Filho carregou no coração a dor de pai extremado que teve seu filho, Paulo de Tarso – líder estudantil –, preso misteriosamente no dia em que desembarcara em Brasília, vindo de Paris, onde passara vários meses. Paulo entrou na lista dos desaparecidos políticos. Sabe-se que foi morto pela repressão ditatorial, mas não se tem mínima informação da forma como ocorreu a sua execução. Dolorosa e dramática foi a peregrinação do seu pai em busca de informações. Celestino Filho, durante vários anos, buscou inteirar-se do destino do filho, jamais obtendo qualquer notícia
            Como escritor, Celestino Filho foi, sobretudo, muito bom poeta, e suas principais obras são: Rabiscos, Motivos Sertanejos e Rosas atômicas.
            Faleceu no dia 8 de agosto de 1996.



CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Cadeira nº 3

           Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, Carlos Drummond de Andrade, nasceu em 31 de outubro de 1902, na cidade de Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Filho de proprietários rurais, durante sua adolescência foi encaminhado para estudar em colégios internos em Belo Horizonte e também em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
         Após concluir os estudos, regressou a Belo Horizonte e iniciou sua carreira de escritor, publicando artigos no Diário de Minas, em 1921. Já no ano seguinte, foi vencedor do “Concurso Novela Mineira”, com o conto “Joaquim do Telhado”.
            Sua família fazia questão que ele conquistasse formação acadêmica, motivo pelo qual ingressou no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, concluindo-o em 1925. No mesmo ano, casou-se com Dolores Dutra de Morais e fundou com outros escritores “A Revista”, veículo com publicações que consolidaram o Modernismo mineiro. Durante os anos seguintes, Drummond lecionou em Itabira e depois se mudou para Belo Horizonte, trabalhando como redator no Diário de Minas.
            Em 1928, fez a publicação que impactou sua carreira: a poesia “No Meio do Caminho”, na Revista de Antropofagia de São Paulo. A obra foi criticada pela imprensa, por conta da construção repetitiva e inusitada de suas estrofes. O trecho "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho" ganhou repercussão e a poesia foi apontada até como forma de provocação na época. Ainda em 1928, Drummond ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior. Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", contendo 49 poemas. Em 1934 transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945.
          Em 1942 publicou seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962 foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional. Em 1946 foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra. Durante os anos 60 e 70 escreveu para jornais do Rio de Janeiro e dedicou-se à produção de crônicas e poesias. Em 1967, em comemoração aos 40 anos do poema "No Meio do Caminho", Drummond reúne grande parte do material publicado sobre si no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho – Biografia de Um Poema".
            O estilo poético de Carlos Drummond de Andrade ficou caracterizado por observações do cotidiano misturadas a traços de ironia, pessimismo e humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, sendo também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
            Carlos Drummond de Andrade pertenceu à segunda fase do Modernismo Brasileiro. Suas principais obras são: Alguma Poesia, Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, Confissões de Minas, A Rosa do Povo, Claro Enigma, Viola de Bolso, Fazendeiro do Ar, Lição de Coisas, As Impurezas do Branco, Menino Antigo, Corpo (poesia), Contos de Aprendiz (prosa), O Gerente, Farewell, dentre outras.
            O poeta faleceu em 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro, dias após a morte de sua única filha, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.



REGINA FITTIPALDI
Cadeira nº 4

         Regina Stella Quintas Fittipaldi nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 15 de abril de 1951. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília – UnB, é Diretora de Projetos da Fittipaldi Arquitetura Ltda, Professora da arte do Tai Chi Chuan, Pro-Reitora de Meio Ambiente - Universidade da Paz, Tradutora de Língua Francesa, Ex-Professora de Artes e Francês do Colégio Equipe – DF, Diretora adjunta de Meio Ambiente da União dos Amigos do Lago Sul, Conselheira do Conselho do Meio Ambiente do GDF - CONAN, Coordenadora do Centro de Referência II do Movimento de Cidadania pelas Águas em Brasília - DF.
      Como escritora de literatura infantil e autora de peças de teatro infantil, a poetisa Regina Fittipaldi foi premiada em vários concursos literários. Dentre eles, destacam-se: Artes Versus Versos, Biblioteca Demonstrativa de Brasília, "Soltando as Amarras", 1992; Concurso Nacional de Poesias "Nuno Álvaro Pereira", Rio de Janeiro, "Germinação", 1999 (Medalha de Honra); Concurso Nacional e Internacional "Poeta Nuno Álvaro Pereira", Rio de Janeiro, "Seara", 1999 (Medalha de Honra); Concurso Nacional e Internacional "Poeta Nuno Álvaro Pereira", Rio de Janeiro, "Conversa Íntima", 1999 (Medalha de Honra com Louvor); Água no 3º Milênio, Poços de Caldas -MG, "Sinfonia à Deusa", 2001.
          Suas principais obras são: A Menina Valente, Horizonte, Brasília - DF, 1992 (obra foi adaptada para um teatro-musical infantil com o título "A Menina que Iluminou o Sol"); O Burrinho que ficou inteligente, Horizonte, Brasília - DF, 1997 (Ilustrações Elaboradas pelos alunos dos meninos e meninas do Parque da Cidade - Crianças de Risco); Pérgula Literária 4 - Coletânea Literária, Editora Valença SA, Rio de Janeiro, 1999; Caliandra - Poesia em Brasília, André Quicé, Brasília - DF, 1995, (Antologia Poética); Água no 3º Milênio, Bianchi Editores - Edições Pilar, Brasília - DF, 2000.




JOÃO CORREIA SILVA
Cadeira nº 5



OLÍMPIO GONZAGA
Cadeira nº 6

   Olímpio Michael Gonzaga, filho do Tabelião Euzébio Michael Gonzaga e de D. Joana Lopes Trindade, nasceu em Paracatu-MG, aos 21 de Julho de 1878.
    Foi Funcionário Público Federal e exerceu várias outras atividades profissionais, dentre as quais, professor público em Capim Branco (Unaí), colaborador de jornais de Paracatu e do Triângulo Mineiro, tenente no quartel Mestre da Guarda Nacional, comerciante, fotógrafo, escrivão, coletor federal e Historiador.
      Dentre as suas atividades intelectuais, científicas e literárias destaca-se: Estudos de genealogia, pesquisa histórica de Paracatu (sendo o seu pioneiro folclorista), romancista, jornalista, membro dos Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e membro da Associação de Imprensa.
            Na produção cultural, suas principais obras são: Memória Histórica de Paracatu, Lendas do Brasil Central, Litígio de Minas-Goiás (1843-1943) e o romance D. Escolástica.
       Olímpio Gonzaga faleceu no dia 6 de dezembro de 1948, deixando importante legado arquivístico composto, principalmente, por fotos e Jornais, os quais foram doados pelos familiares ao Arquivo Público Municipal, em 1995.



BERNARDO ELIS
Cadeira nº 7

       Bernardo Élis Fleury de Campos Curado, advogado, professor, poeta, contista e romancista, nasceu em Corumbá de Goiás-GO, em 15 de novembro de 1915 e faleceu no dia 30 de novembro de 1997, na mesma cidade. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Ivan Lins na Cadeira n. 1, em 23 de outubro de 1975, e recebido em 10 de dezembro de 1975, pelo acadêmico Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
      Filho do poeta Érico José Curado e de Marieta Fleury Curado, iniciou o estudo das primeiras letras com o pai, em casa. Passou o ano de 1923 na casa do avô materno, na capital do Estado, onde se matriculou no Grupo Escolar. Depois retornou para Corumbá, continuando os estudos com o pai, de quem viria o estímulo para as letras.
       Aos doze anos escreveu o primeiro conto, inspirado em "Assombramento", de Afonso Arinos. Em 192 8, viajou com a família para Goiás, onde fez o curso ginasial no Liceu. Ampliou suas leituras, principalmente de Machado de Assis, Eça de Queirós e dos autores modernistas. Após a interrupção dos estudos por dois anos, em 1940 concluiu o curso clássico no Liceu de Goiânia. Em 1945, formou-se na Faculdade de Direito, sendo orador de sua turma.
         Participou, desde 1934, dos acontecimentos literários do Brasil central, escrevendo poesias e enviando colaborações de cunho modernista para os jornais de Goiânia. Em 1942, mudou-se para o Rio de Janeiro com a intenção de aí fixar-se. Trazia um livro de poesias e outro de contos, que pretendia publicar. Sem realizar seu intento, retornou a Goiás. Fundou a revista Oeste e nela publicou o conto "Nhola dos Anjos e a cheia de Corumbá". Em 1944, seu livro de contos "Ermos e gerais" foi publicado pela Bolsa de Publicações de Goiânia, obtendo sucesso e elogios de toda a crítica nacional. Nesse ano casou-se com a poetisa Violeta Metran. Em 55, publica o livro de poemas "Primeira chuva".
       Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio José Lins do Rego (1965) e Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1966), pelo livro de contos "Veranico de janeiro"; Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, pelo seu "Caminhos e descaminhos"; Prêmio Sesquicentenário da Independência, pelo estudo "Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional" (1972). Em 1987, recebeu o Prêmio da Fundação Cultural de Brasília, pelo conjunto de obras, e a medalha do Instituto de Artes e Cultura de Brasília.



JUSCELINO KUBITSCHEK
Cadeira nº 8

       Nascido em Diamantina - MG em 12/09/1902, Juscelino Kubitschek de Oliveira mudou-se em 1921 para Belo Horizonte, onde diplomou-se como médico em 1927. Em 1931, casou-se com D. Sarah Luiza Gomes de Lemos. Sua carreira política iniciou-se em 1934 quando foi escolhido como chefe do gabinete do recém-nomeado interventor federal em Minas Gerais, Benedito Valadares. No mesmo ano foi eleito deputado federal. Porém, perdeu o mandato em 1937, com o advento do Estado Novo, voltando então a clinicar.
       Nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940, também por Benedito Valadares, convocou Oscar Niemeyer, então arquiteto em início de carreira, para realizar várias de suas obras, inclusive a urbanização da Pampulha.
            Ingressando no PSD, em 1945 foi novamente eleito deputado federal, exercendo o mandato de 1946 a 1950, ano em que foi eleito Governador de Minas Gerais. Iniciou o mandato em 31/01/51, norteando sua administração pelo binômio "Energia e Transporte".
        Em 1955 foi eleito para a Presidência da República, cargo que exerceu de 31/01/56 a 31/01/61. Seu governo teve como base um ambicioso Plano de Metas (com o famoso slogan "50 anos em 5"), que incluía construção da nova capital.
          Juscelino ambicionava disputar as eleições presidenciais de 1965, mas em junho de 64 teve seu mandato (havia sido eleito senador por Goiás) e seus direitos políticos cassados pelo regime militar.
            A partir de então, JK percorreu por algum tempo cidades americanas e européias, em exílio voluntário. Voltou ao Brasil estabelecendo-se como empresário. Em 22 de agosto de 1976 faleceu, vítima de um acidente automobilístico.



DAMÁSIO DE JESUS
Cadeira nº 9

            Damásio de Jesus é ex-membro do Ministério Público do Estado de São Paulo; Doutor Honoris Causa em Direito pela Universidade de Estudos de Salerno (Itália); Presidente e Professor do Complexo Jurídico Damásio de Jesus; Diretor-Geral e Professor de Direito Penal na Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus e no Curso do Prof. Damásio Via Satélite (telepresencial); Membro do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do estado de São Paulo e autor de mais de 20 livros publicados pela Editora Saraiva. Foi Conferencista no XI Congresso Mundial das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Penal (Bangcoc/2005).
       Damásio de Jesus é autor dos artigo Estágio atual da “delação premiada” no Direito Penal Brasileiro, Saber receber (1), Por Que Me Orgulho de Ser Brasileiro, Justiça (1) : Valor Absoluto, Proibição de liberdade provisória e relaxamento de prisão processual por excesso de prazo, Violência Doméstica, Limites à prova da embriaguez ao volante: a questão da obrigatoriedade do teste do “bafômetro”, Estatuto do Desarmamento: Medida Provisória pode adiar o início de vigência de norma penal incriminadora?, A questão do desarmamento, Crime de porte de arma de fogo ou correlato cometido por integrante de órgão público ou entidade privada, Conceito de idoso na legislação penal brasileira, Juizados Especiais Criminais, ampliação do rol dos crimes de menor potencial ofensivo e Estatuto do Idoso, Mal cardíaco preexistente e imputação objetiva, Sequestro e adoção, 12.º período de sessões da Comissão das Nações Unidas de prevenção ao Crime e Justiça Penal (1), Lavagem de dinheiro proveniente de tráfico internacional de mulheres e crianças não constitui crime, Cultivo da maconha para uso próprio, Imputação objetiva e crimes culposos, Foro por prerrogativa de função, A doutrina brasileira e a teoria da imputação objetiva - alguns posicionamentos, Estupro e atentado violento ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos?, Normas penais em branco, tipos abertos e elementos normativos, Assédio sexual: primeiros posicionamentos, Crime de assédio sexual, A exceção do art. 61 da lei dos juizados especiais criminais em face da lei n. 10.259, de 12 de julho de 2001 ( Lei dos Juizados Especiais Federais), Reincidência específica e livramento condicional, dentre outros.




SINVAL GONÇALVES DE OLIVEIRA
Cadeira nº 10




CASTRO ALVES
Cadeira nº 11
      
       Antônio de Castro Alves nasceu a 14 de março de 1847 na comarca de Cachoeira, na Bahia, e faleceu a 6 de julho de 1871, em Salvador, no mesmo estado brasileiro. Fez o curso primário no Ginásio Baiano.
       Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito de Recife. Datam desse tempo os seus amores com a atriz portuguesa Eugênia Câmara e a composição dos primeiros poemas abolicionistas: Os Escravos e A Cachoeira de Paulo Afonso, declamando-os em comícios cívicos.
      Em 1867 deixa Recife, indo para a Bahia, onde faz representar seu drama: Gonzaga. Segue depois para o Rio de Janeiro, recebendo aí incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis. Em São Paulo, encontra nas Arcadas a mais brilhante das gerações, na qual se contavam Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Bia Fortes e tantos outros. Vive, então, os seus dias de maior glória.
       A 11 de novembro de 1868, em caçada nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, resultando-lhe a amputação do pé. Sobreveio, em seguida, a tuberculose, sendo obrigado a voltar à Bahia, onde veio a falecer.
         Castro Alves pertenceu à Terceira Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época.
              Suas obras: Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A Revolução de Minas, Cachoeira de Paulo Afonso, Vozes D'África, O Navio Negreiro, etc.



JOSÉ DÉCIO FILHO
Cadeira nº 12

        José Décio Filho nasceu na cidade de Posse (GO), em 08 de janeiro de 1918. Fez o primário em sua cidade natal e em Formosa-GO; e o secundário, no Lyceu de Goiás. Na década de 40, atuou nos jornais O popular, Folha de Goiaz e Tribuna de Goiás, e colaborou na revista Oeste, que muito contribuiu com a formação modernista em Goiás. Em 1960, os intelectuais indicam seu nome para o Departamento de Cultura, atuando nesse órgão por muitos anos junto à Secretaria de Educação e Cultura de Goiás. Também foi presidente da União Brasileira de Escritores de Goiás (UBE) e trabalhou no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, onde residiu por alguns anos.
        José Décio Filho foi um dos maiores poetas do século XX em Goiás, sendo certamente seu maior expoente na chamada Geração de 45. Dotado de uma lírica forte e personalíssima, sua naturalidade de ritmo e dicção permitem à sua poesia um alcance universal raro aos poetas de sua geração. Pelo seu único livro Poemas e Elegias, publicado em 1953, recebeu o Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos.
            José Décio Filho faleceu em 4 de julho de 1976, na Cidade de Goiás.



AUGUSTO DOS ANJOS
Cadeira nº 13

      Poeta brasileiro considerado pela crítica como um dos mais singulares do país, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. De uma família de proprietários de engenhos, assiste, nos primeiros anos do século XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas.
      Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Ali teve contato com o trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em direito, não advogou; vivia de ensinar português. Casou-se, em 04 de julho de 1910, com Ester Fialho. Nesse ano, em conseqüência de desentendimento com o governador, é afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano. Muda-se para o Rio de Janeiro e dedica-se ao magistério. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor.
        Em 1911, morre prematuramente seu primeiro filho. Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
             A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do "Eu" — desde 1919 constantemente reeditado como "Eu e outras poesias" — um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia, aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.
           Augusto dos Anjos é um autor do chamado Pré-Modernismo, que não chegou a constituir uma escola literária e que se caracterizou pela convivência de várias correntes, com predominância do Parnasianismo.



GRACILIANO RAMOS
Cadeira nº 14

           Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga, dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza, olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura".
                 Em 1894, a família muda-se para Buíque (PE), onde o escritor tem contacto com as primeiras letras. Em 1904, retornam ao Estado de Alagoas, indo morara em Viçosa. Lá, Graciliano cria um jornalzinho dedicado às crianças, o "Dilúculo". Posteriormente, redige o jornal "Echo Viçosense", que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio.
            Em 1905 vai para Maceió, onde freqüenta, por pouco tempo, o Colégio Quinze de Março, dirigido pelo professor Agnelo Marques Barbosa.
             Em 1938, publica seu famoso romance "Vidas secas". No ano seguinte é nomeado Inspetor Federal do Ensino Secundário no Rio de Janeiro. Em 1942, recebe o prêmio "Felipe de Oliveira" pelo conjunto de sua obra, por ocasião do jantar comemorativo aos seus 50 anos.
           O romance "Brandão entre o mar e o amor", escrito em parceria com Jorge Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz é publicado pela Livraria Martins, S. Paulo.
          Em 1946, publica "Histórias incompletas", que reúne os contos de "Dois dedos", o conto inédito "Luciana", três capítulos de "Vidas secas" e quatro capítulos de "Infância". Os contos de "Insônia" são publicados em 1947.O livro "Infância" é publicado no Uruguai, em 1948.
          Em janeiro de 1953 é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira. É publicado o livro "Memórias do cárcere", que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final.
       Postumamente, são publicados os seguintes livros: "Viagem", 1954, "Linhas tortas", "Viventes das Alagoas" e "Alexandre e outros heróis", em 1962, e "Cartas", 1980, uma reunião de sua correspondência.



VINICIUS DE MORAES
Cadeira nº 15


       Crítico e poeta brasileiro, nascido em 1913 no Rio de Janeiro. Pelo Colégio Santo Inácio, formou-se em Letras, demonstrando, desde o início, sua grande vocação para a Literatura.
       Em 1933 bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Publicou nesse mesmo ano o seu primeiro livro: O Caminho para a Distância. Em seguida, vieram: Forma e Exegese, Ariana, a Mulher (1936), Novos Poemas (1938) e Cinco Elegias (1943). Sua grande fama despertou a atenção do público leitor e dos críticos em geral. Foi considerado um dos maiores poetas do nosso país.
      No ano de 1938 ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Oxford, podendo, assim, engrandecer seus conhecimentos literários da língua inglesa e travar palpitante e direto conhecimento da sociedade norte-americana, como crítico de cinema de diversos periódicos e revistas do país. Enalteceu gradativamente sua obra através do contato cotidiano com a vida social e seus problemas.
          Na década de 60 junta-se a jovens músicos como João Gilberto, Carlos Lyra, Baden Powell, criando o movimento conhecido como Bossa Nova, mesclando elementos de samba e jazz. Comporia, em parceria com Tom Jobim, a música Garota de Ipanema, símbolo de uma época e a música brasileira mais tocada pelo mundo. Foi na mesma banheira em que escreveu, compôs, bebeu e amou que Vinicius morreu, no dia 9 de julho de 1980.



DILERMANDO MEIRELES
Cadeira nº 16

       José Dilermando Meireles, filho de José da Costa Meireles e Rachel Pimentel Barboza, nasceu a 11/05/1928/, no município de Luziânia-GO, e faleceu em 09/07/1998, aos 70 Anos.
     Casado com dona Solange de Camargo Costa Meireles, com quem teve três Filhos (Maria Helena Costa Meireles de Freitas, Virginia Costa Meireles Sobreira e Rogério Costa Meireles), Dilermando Meireles formou-se Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, em 1954.
      De 1958 a 1962, Dilermando Meireles foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Luziânia-GO; de 1967 a 1994, Procurador do MPDFT, e, em 29/03/1994/, foi nomeado Desembargador do TJDFT. Posteriormente, em 08/05/1998 (já aposentado do Cargo de Desembargador do TJDFT), foi nomeado Chefe de Gabinete da Presidência do TJDFT.
       Pelos relevantes serviços prestados à sociedade, Dilermando recebeu as seguintes homenagens: Título de Cidadão Emérito de Luziânia-GO, conferido pela Câmara Municipal daquela Cidade; Título da Ordem do Mérito "Santa Luzia", conferido pela Prefeitura Municipal de Luziânia; Comendador da "Ordem do Mérito de Brasília", outorgado pelo Governador do Distrito Federal; "Medalha fazer Pioneiro", conferida pelo Clube dos Pioneiros de Brasília; Outorgado "in memoriam" com a comenda da Ordem do Mérito Judiciário do DF, sem grau de Grã-Cruz. (2002).
               Dentre as suas publicações, destacam-se: Apologia de Brasília (co-autor), Goiânia-GO, de 1960; Parecer sobre Funções do Ministério Público, DJ de 08/10/1968; Pena e Medida de Segurança, artigo publicado no Boletim do MPDF; O Primado da Liberdade, trabalho publicado no Jornal O 4 º Poder, edição de 07/02/1963; Um Estudo sobre o Domínio das Terras do Planalto Central do Brasil - Revista de Informação Legislativa do Senado Federal; O Juízo Arbitral Obrigatório como forma de Descentralização Judiciária - Revista de Informação Legislativa do Senado Federal; O Problema Fundiário no Distrito Federal, artigo publicado na Revista de Informação Legislativa do Senado Federal - vol. 74-1982; O Ministério Público: sua Gênese e sua História, Brasília-DF, 1983; Considerações em Torno da Teoria do Módulo e do Parcelamento do Solo Rural, Brasília-DF, 1986.



GABRIEL MONTEIRO GUIMARÃES
Cadeira nº 17



HUMBERTO DE CAMPOS
Cadeira nº 18

          Humberto de Campos Veras nasceu em Muritiba (hoje Humberto de Campos), no Maranhão, no dia 25 de outubro de 1886. Foi um escritor, jornalista e político brasileiro. Escreveu crônicas, contos, ensaios, poemas e crítica literária. Também foi titular da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.
         Filho de Joaquim Gomes de Farias Veras (pequeno comerciante) e de Ana de Campos Veras, Humberto de Campos ficou órfão de pai com sete anos de idade e mudou-se com a família para São Luís, onde se empregou no comércio. Aos 17 anos passa a residir no Pará, onde consegue um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e depois na Província do Pará.
      Em 1910 publicou seu primeiro livro, uma coletânea de versos, intitulado “Poeira”. Em 1912 muda-se para o Rio de Janeiro. Emprega-se no jornal “O Imparcial”, onde trabalhavam como redatores importantes escritores, entre eles, Rui Barbosa, Vicente de Carvalho, José Veríssimo, entre outros. Começa a se destacar no meio literário.
            Nessa época, com o pseudônimo de Conselheiro XX, assina diversos contos e crônicas, que foram publicadas em jornais das principais capitais brasileiras, hoje reunidos em vários volumes. Assinava também com os pseudônimos de Almirante, João Caetano, Giovani Morelli, Justino Ribas, Micromegas, entre outros. Em 1918 publica seu primeiro livro de prosa “Seara de Booz”, onde reúne pequenos artigos escritos sob o pseudônimo de Micromegas. No dia 30 de outubro de 1919 é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
          Em 1920, Humberto de Campos ingressa na política elegendo-se Deputado Federal, pelo estado do Maranhão, tendo seu mandato renovado sucessivas vezes, até que perdeu seu mandato quando o Congresso foi dissolvido durante a Revolução de 30. É então nomeado inspetor de ensino e Diretor interino da Fundação Casa de Rui Barbosa, pelo Governo Provisório, instalado no país.
            Em 1928, Humberto foi diagnosticado com hipertrofia da hipótese. Em 1933, com a saúde já abalada publicou o livro que se tornou o mais importante de sua obra, “Memórias”, onde reúne suas lembranças dos tempos da infância e juventude. A obra foi bem recebida pela crítica e pelo público, sendo reeditada diversas vezes.
          Humberto de Campos escreveu poesias, contos, ensaios, crônicas e anedotas. Inovou na crônica, adicionando novos elementos. Tinha um estilo fácil, corrente, escrevia com naturalidade e de fácil compreensão. Ao adoecer, muda seu estilo, de mordaz e cômico, passa a ser piedoso e compreensivo e sai em defesa dos menos favorecidos.
         Humberto de Campos faleceu no auge de sua popularidade, no dia 5 de dezembro de 1934, no Rio de Janeiro. E boa parte de sua obra foi publicada nos anos seguintes a sua morte. Entre suas obras destacam-se: Poeira, poesia (2 séries, 1910 e 1917), A Serpente de Bronze, contos (1921), Carvalhos e Roseiras, crítica (1923), Alcova e Salão, contos (1927), O Brasil Anedótico, anedotas (1927), Antologia da Academia Brasileira de Letras (1928), Memórias (1933), À Sombra das Tamareiras, contos (1934), Memórias Inacabadas (1935), Últimas Crônicas (1936), Diário Secreto (1954), entre outros.



Cel. SALVIANO MONTEIRO GUIMARÃES
Cadeira nº 19

     Salviano Monteiro Guimarães, filho de Pedro Monteiro Guimarães (fazendeiro e comerciante influente da região) e de Francisca de Almeida Costa, nasceu em Formosa-GO, no dia 1º de julho de 1866. Preparado para cuidar das terras da família e fazê-las crescer, o menino assim o fez.
    Em 1891, o fazendeiro Salviano Monteiro Guimarães casou-se com Olívia Campos Guimarães (moça religiosa, criada no puro linho, educada para ser boa mãe e companheira) e com ela teve 08 filhos, três meninas e cinco meninos.
      Em 1893, após ser nomeado pelo Presidente Prudente de Moraes para a Guarda Nacional Brasileira, do estado de Goiás, na Comarca da Lagoa Formosa, Salviano M. Guimarães inicia sua carreira militar.
      Em 1900 chegou a Planaltina e daqui nunca mais saiu. Sete anos depois, com a visão que tinha, trouxe touros indianos para o Centro-Oeste. Também lutou para que a luz elétrica chegasse à cidade. Em 1920 foi a vez do telefone, que ele também fez virar realidade no Planalto Central brasileiro.
          Salviano Monteiro Guimarães morreu no ano de 1926.



HOSANNAH CAMPOS GUIMARÃES
Cadeira nº 20

        Filho de Salviano Monteiro Guimarães e Olívia Campos Guimarães, Hosannah Campos Guimarães nasceu a 31 de outubro de 1905, em Planaltina (quando Brasília ainda não existia), onde viveu toda sua vida.
     Formou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina / Universidade do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, em 1929.
      Paralelamente à profissão de médico – exercida até os 70 anos de idade –, Hosannah Guimarães comercializou gados e exerceu diversos cargos políticos, dentre os quais: Prefeito de Planaltina (que depois se integrou ao Distrito Federal), Secretário de Economia,Vice-Governador e Governador do Estado de Goiás (de 30/06/1950 a 30/01/1951).
        Conhecido por sua vida pública e pela sua forma sempre muito séria com que conduziu os cargos que exerceu, Hosannah Guimarães sempre foi um defensor da mudança da Capital da República para o Planalto Central. Defendia ideais mudancistas e, em 1948 e 1949, hospedou na sua fazenda a Comissão Poli Coelho, que foi responsável pela demarcação da área do futuro do Distrito Federal.
          Lúcido até os 92 anos, o Dr. Hosannah talvez tenha sido a testemunha ocular mais importante de todos os procedimentos que antecederam a mudança da capital para Brasília.
                 Faleceu em 9 de novembro de 1997.
            



MARIA AMÉRICA GUIMARÃES
Cadeira nº 21

       Filha de Salviano Monteiro Guimarães e de Olivia de Campos Guimarães, Maria América Guimarães nasceu aos 11 de outubro de 1909, em Planaltina (hoje DF), na casa onde está instalado o Museu Histórico, situado à Praça que leva o nome de seu pai.
Passou sua infância na pequena cidade de Planaltina, onde estudou o curso primário na escola da professora Rita Salgado. Já o curso secundário, Maria América fez no conceituado Colégio Santa Ignez (das Irmãs Salesianas), em São Paulo, onde também desenvolveu seus estudos de piano. No Colégio São José (das Irmãs Dominicanas), em Formosa-GO, fez o curso normal e continuou seus estudos de música e piano.
         Ainda muito jovem, Maria América iniciou sua vida profissional. Começou como professora primária do estado de Goiás, assumindo depois o cargo de Diretora no Grupo Escolar São Sebastião (em Planaltina), função que ocupou por 15 anos. Foi ela a primeira mulher a assumir a Direção de um Estabelecimento Estadual de Ensino, no Planalto Central.
          Poucos anos mais tarde, casou-se com seu primo Francisco Mundim Guimarães, Prefeito de Planaltina por três vezes. Na condição de esposa e companheira, destacou-se no papel de 1ª Presidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA), instalada no Planalto Central.
        Maria América Guimarães faleceu no dia 30 de dezembro de 1986, e foi sepultada na ala destinada aos pioneiros, no Cemitério de Planaltina - DF.



WOLNEY MILHOMEM
Cadeira nº 22

       Poeta, escritor, jornalista, professor, orador, crítico e comentarista político, Wolney Milhomem nasceu na Cidade de Barra do Corda, no centro geodésico do Maranhão, em 10 de outubro de 1927.
    Recebeu as primeiras letras em sua terra natal, e em seguida mudou-se para outros grandes centros. Participou ativamente na Assessoria de Imprensa durante a construção e fundação da atual capital do Brasil, a cidade de Brasília - Distrito Federal.
       Autor dos livros O Estróina das Horas (1971), O Humanista Vitor Meireles (1972), A Morte da Tempestade (1973) e Ore In Frantumi (1974), foi membro da União Brasileira de Escritores, da Associação Brasileira de Imprensa, da Associação Paulista de Imprensa, do Sindicato de Escritores do Distrito Federal, da Academia Maçônica de Letras de Brasília (na qual ocupa uma cadeira de Patrono) e, em 1974, eleito "Accademico Del Mediterrâneo" pela Academia Italiana de Letras, Artes e Ciências. Foi, também, presidente da Academia Brasiliense de Letras.
            Wolney Milhomem morreu em 4 de agosto de 1992, em sua cidade natal, por complicações do diabetes.



ARQUIMEDES VIEIRA DE BRITO
Cadeira nº 23



MANUEL E. MALAQUIAS (Manelão)
Cadeira nº 24



HUMBERTO EUSTÁQUIO MARTINS
Cadeira nº 25

       Humberto Eustáquio Soares Martins, nascido em 1956, em Maceió-AL, é formado em Direito e Administração de Empresas e tem vários livros e artigos publicados. Atualmente, o magistrado atua como desembargador do TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas) e vice-presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) daquele Estado. Ele também dá aulas na Universidade Federal de Alagoas e na Escola Superior de Advocacia na seccional alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil.
     A trilha profissional do desembargador Humberto Eustáquio Soares Martins congrega variada e fecunda obra, tanto na magistratura como na advocacia, no Ministério Público e na produção jurídico-literária.
      O Desembargador Humberto Eustáquio defende uma Justiça rápida e qualificada para todos, bem como a existência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), pois, segundo ele, "todos os Poderes, inclusive o Judiciário, precisam ser fiscalizados".



JOSÉ BALDUÍNO DE SOUZA DÉCIO
Cadeira nº 26

          José Balduíno de Souza Décio, filho de Balduíno de Souza e de Inácia Fernandes de Souza, nasceu a 25 de agosto de 1888 (Posse-GO) e faleceu poucos Dias de completar 64 anos, em 07 de agosto de 1952 (Formosa -GO).
            No Rio de Janeiro estudou medicina, não entanto, não concluiu o Curso. Mais tarde (em 1928), formou-se Advogado no Estado de Goiás. Antes, porém, entrou na política e tornou-se Deputado Estadual (na 10ª Legislatura do Seu Município), ficando no cargo de 1925 a 1928.
              José Décio era casado com dona Felicidade de Souza Ortiz (prima de Monteiro Lobato), com quem teve 11 filhos: Maria Aparecida; José Décio Filho; Álvaro; Ana; Paulo (Dom Tomás Balduíno, bispo diocesano de Goiás); Maria de Lourdes; Teresa; Izabel Cristina; Zélia; Anunciata e Márcia.
           Em Formosa-GO, José Décio foi Promotor Público (1928), Juiz de Direito (até 1949), Presidente da Conferência São Vicente de Paula e da LBA (Presidente-regional). Participou, ainda, do Grupo de Estudos sobre a mudança da Capital do Brasil para Brasília.
               Na literatura, José Décio participou do Jornal do Planalto (Formosa-GO) e teve diversos contos e poesias publicados na Revista Oeste (editada em Goiânia, na Década de 40) e na Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro , editada em São Paulo pela Edigraf.



JOSÉ GERALDO PIRES DE MELLO
Patrono da Cadeira nº 27

           José Geraldo Pires de Mello nasceu em Niterói, no dia 18 de maio de 1924. Estreou em livro com seu De Braços Dados (coroa de sonetos), em 1975, seguindo-se de outros livros de sonetos: Chama de Amor (1978), O Catavento Amarelo (1978) e A Mensagem do Arco-íris (1981), todos eles publicados em Brasília, onde reside. Também em 1975 licenciou-se em Português/Latim e português/Espanhol pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília – CEUB (em cujo Departamento de Letras lecionou por muitos anos, nas áreas de Literatura Brasileira e Pesquisa Literária e, eventualmente, nas de Literatura Portuguesa e Teoria da Literatura). No mesmo estabelecimento de ensino integrou, em 1982, a primeira turma de pós-graduação (latu sensu) na área de Moderna Literatura Brasileira.
        Apaixonado pela poesia clássica e especialista na arte de escrever respeitando o ritmo e a métrica, José Geraldo teve como ídolo o poeta Cruz e Sousa, a quem dedicou um Ensaio (Cem Anos com Cruz e Sousa), publicado pela Thesaurus em 1994.
          José Geraldo integrou várias entidades de caráter cultural, dentre elas a Associação Nacional de Escritores (Brasília), Academia Niteroiense de Letras (Niterói-RJ), Academia Brasileira de Literatura (Rio de Janeiro), Academia Fluminense de Letras (Rio de Janeiro), Academia Brasiliense de Letras (Brasília), Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil (Rio de Janeiro) e Academia de Letras do Brasil (Brasília).
          É comum encontrarmos na sua vasta obra poética - além do ritmo, da métrica e do lirismo - os versos burlescos, marca registrada do poeta, contista e ensaísta José Geraldo Pires de Mello.
       Faleceu na manhã de 21 de abril de 2010, em Brasília. Jota (como carinhosamente era chamado) conversava normalmente, sentado à mesa, em casa, quando teve uma queda súbita de pressão. O desenlace foi rápido.

(GERALDO, José, Redenção de Capitu, Brasília-UniCeub, 1999)



PAULO LEIVAS MACALÃO
Cadeira nº 28

       Paulo Leivas Macalão nasceu em 17 de setembro de 1903, na cidade de Santana do Livramento-RS. Filho de João Maria Macalão e Joaquina Georgina Leivas Macalão, o Pastor Paulo Leivas Macalão teve sua educação inicial no Colégio Batista do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo que sua formação secundária foi no Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro. Era desejo de sua família que seguisse carreira militar, a exemplo de seu pai, que era general do Exército Brasileiro, tendo planejado seu ingresso na Academia de Realengo, Rio de Janeiro. Porém a forte convicção de sua vida estava sendo orientada por Deus, e tendo seu coração movido pela necessidade espiritual de levar a mensagem de amor e de esperança de Deus, revelados ao mundo através de seu filho Jesus Cristo.
           Em 17 de janeiro de 1934 casou-se com a missionária Zélia Brito Macalão, que sempre colaborou efusivamente no ministério de seu esposo. O casal teve um único filho – Paulo Brito Macalão.
          O primeiro fruto do seu profícuo ministério foi a Assembléia de Deus de Bangu - RJ, advindo desse trabalho centenas de igrejas em alguns estados do Brasil. Possuidor de um grande preparo intelectual, grande conhecedor da música, exímio violinista, o Pastor Paulo Leivas Macalão é autor de grande número das mais belas composições da Harpa Cristã – o hinário oficial das Assembléias de Deus no Brasil. Profundo conhecedor da Bíblia, teve trabalhos publicados nos principais jornais e revistas evangélicos, além de fundar o jornal “O Semeador”.
            Quando poucos acreditavam, o Pastor Paulo Leivas Macalão engendrou uma campanha para construção do Templo da Assembléia de Deus de Volta Redonda, templo esse que faz parte da configuração arquitetônica daquela cidade, sendo inclusive alvo de estudos para tombamento como patrimônio histórico da Cidade do Aço.
            O Pastor Paulo Leivas Macalão faleceu às 9 horas e 16 minutos do dia 26 de agosto de 1982, aos 79 anos de idade.



Pe. BALDUÍNO RAMBO
Cadeira nº 29

         Nascido em 1905 no município de Montenegro, Pe. Balduíno Rambo viria a ser um dos maiores especialistas de Botânica do Brasil, sendo sua obra reconhecida no mundo inteiro pela riqueza de detalhes e experimentos. Deu aulas de Geografia e Ciências Naturais no Colégio Anchieta em dois períodos distintos: de 1931 a 1934, quando sai para concluir sua formação jesuítica; e depois de 1939 a 1961. Também foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde lecionou até seu falecimento, em 1961.
        É simplesmente incrível e espantosa a soma de trabalhos que Pe. Rambo realizou em seus 56 anos de vida. Sua dedicação à botânica resultou num acervo de plantas, que, em 1948, já chegava a 50 mil exemplares, cerca de 90% da flora nativa. As publicações científicas passam de 1.600 páginas e por seus trabalhos era conhecido internacionalmente.
          Nos anos de 1950 foi convidado para visita às principais universidades dos Estados Unidos e Alemanha, a fim de divulgar seus estudos. Sua primeira grande obra literária foi escrita em 1942: A fisionomia do Rio Grande do Sul trazia um verdadeiro retrato físico do Estado, com texto, mapas e ilustrações paisagísticas, feitas a partir de fotos tiradas em viagens aéreas por todo o território gaúcho. Mas sua maior obra literária e científica, segundo o próprio Pe. Rambo, é seu diário, escrito de 1919 a 1961. São mais de 10 mil páginas escritas em alemão gótico sobre os mais variados assuntos, inclusive suas aspirações e conflitos pessoais.
          A brevidade da vida Pe. Rambo não foi obstáculo para sua plena realização. Era um homem superdotado pela natureza, e pela graça, que leu com extrema agudeza os sinais do seu tempo e exauriu todas as possibilidades que este lhe oferecia. Um jesuíta apaixonado que andava no Jardim de Deus com todos os sentidos atentos para ver, ouvir, cheirar, tocar, usufruir de suas belezas e assim poder colocá-las à disposição de seus irmãos.



ELIACENA PEREIRA DA COSTA
Cadeira nº 30



JOSÉ DE ALENCAR
Cadeira 31

        José Martiniano de Alencar nasceu em 1.º de maio de 1829, em Mecejana, Ceará. Filho do padre José Martiniano de Alencar (deputado pela província do Ceará), ele foi o fruto de uma união ilícita e particular do padre com a prima Ana Josefina de Alencar. Quando criança e adolescente, era tratado em família por Cazuza. Mais tarde, adulto, ficou conhecido nacionalmente como José de Alencar, um dos maiores escritores românticos do Brasil.
            Aos 18 anos, Alencar já tinha esboçado o primeiro romance - Os contrabandistas. Segundo depoimento do próprio escritor, um dos inúmeros hóspedes que frequentavam sua casa usava as folhas manuscritas para. acender charutos. Verdade? Invenção? Muitos biógrafos duvidam da ocorrência, atribuindo-a à tendência que o escritor sempre demonstrou a dramatizar excessivamente os fatos de sua vida. O que ocorreu sem dramas ou excessos foi a formatura, em 1850. No ano seguinte, Alencar já estava no Rio de Janeiro, trabalhando num escritório de advocacia. Começava o exercício da profissão que jamais abandonaria e que garantiria seu sustento. Afinal, como ele próprio assinalou, "não consta que alguém já vivesse, nesta abençoada terra, do produto de obras literárias''.
            Na obra de Alencar há quatro tipos de romances: indianista, urbano, regionalista e histórico. Evidentemente, essa classificação é muito esquemática, pois cada um de seus romances apresenta muitos aspectos que merecem ser analisados: é fundamental, por exemplo, o perfil psicológico de personagens como o herói de O gaúcho, ou ainda do personagem central de O sertanejo. Por isso, a classificação acima prende-se ao aspecto mais importante (mas não único) de cada um dos romances.
                  Buscando tratamento para a sua grave doença, em 1876  Alencar vende tudo o que tem e com Georgina e os seus filhos viaja para a Europa. No dia 12 de Dezembro de 1877, no Rio de Janeiro, morre José de Alencar vítima da tuberculose.



GUIMARÃES ROSA
Cadeira nº 32

       João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e teve como pia batismal uma peça singular talhada em milenar pedra calcária – uma estalagmite arrancada à Gruta do Maquiné. Era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" – comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.
       Aos 7 anos incompletos, Joãozito começou a estudar francês, por conta própria. Em março de 1917, chegava a Cordisburgo, como coadjutor, Frei Canísio Zoetmulder, frade franciscano holandês, com o qual o menino fez amizade imediata. Em companhia do frade, iniciou-se no holandês e deu prosseguimento aos estudos de francês, que iniciara sozinho.
            Aos 9 anos incompletos, foi morar com os avós em Belo Horizonte, onde terminou o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena; até então fora aluno da Escola Mestre Candinho, em Cordisburgo. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João Del Rei, onde permaneceu por pouco tempo, em regime de internato, visto não ter conseguido adaptar-se – não suportava a comida, retornando a Belo Horizonte matriculou-se no Colégio Arnaldo, de padres alemães e, desde logo, para não perder a oportunidade, tendo se dedicado ao estudo da língua de Goethe, a qual aprendeu em pouco tempo.
          Em 1925, matricula-se na Faculdade de Medicina da U.M.G.*, com apenas 16 anos. Em 1929, ainda como estudante, João Guimarães Rosa estreou nas letras. Escreveu quatro contos: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke (título grego, significando Tempo e Destino), O mistério de Highmore Hall e Makiné para um concurso promovido pela revista O Cruzeiro. Visava mais os prêmios (cem mil réis o conto) do que propriamente a experiência literária; todos os contos foram premiados e publicados com ilustrações em 1929-1930. Mais tarde, Guimarães Rosa confessaria que nessa época escrevia friamente, sem paixão, preso a moldes alheios – era como se garimpasse em errada lavra. Seja como for, essa primeira experiência literária de Guimarães Rosa não poderia dar uma idéia, ainda que pálida, de sua produção futura, confirmando suas próprias palavras em um dos prefácios de Tutaméia.

(NOGUEIRA JR, Arnaldo, www.releituras.com/guimarosa)



RUI BARBOSA
Cadeira nº 33


    Rui Barbosa de Oliveira foi, sem dúvida, um dos mais importantes personagens da História do Brasil. Rui era dotado não apenas de inteligência privilegiada, mas também de grande capacidade de trabalho. Essas duas características permitiram-lhe deixar marcas profundas em várias áreas de atividade profissional nos campos do direito - seja como advogado, seja como jurista - do jornalismo, da diplomacia e da política.
       Foi Deputado, Senador, Ministro e candidato à Presidência da República em duas ocasiões, tendo realizado campanhas memoráveis. Seu comportamento sempre revelou sólidos princípios éticos e grande independência política.
       Participou de todas as grandes questões de sua época, entre as quais a Campanha Abolicionista, a defesa da Federação, a própria fundação da Re­pública e a Campanha Civilista.
          Mesmo admirando a cultura francesa, como todos os intelectuais de sua época, Rui conhecia também a fundo o pensamento político constitucional anglo-americano, que, por seu intermédio, tanto influenciou a nossa primeira Constituição republicana. Era um liberal, e foi sempre um defensor incansável de todas as liberdades.
       Orador imbatível e estudioso da língua portuguesa, foi nomeado presidente da Academia Brasileira de Letras em substituição ao grande Machado de Assis.
         Sua produção intelectual é vastíssima. Basta dizer que a Fundação já publicou mais de 140 tornos de suas obras completas e ainda tem material para novas edições.
          Rui representou o Brasil com brilhantismo na Segunda Conferência Inter­nacional da Paz, em Haia e, já no final de sua vida, foi nomeado Juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio.
         Em suma, Rui foi um cidadão exemplar e, ainda hoje, sua memória é fonte de inspiração para um grande número de brasileiros.

(Por Mário Brockmann Machado, Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa)



VIVALDO BERNARDES DE ALMEIDA
Cadeira nº 34

          Vivaldo Bernardes de Almeida nasceu em Uberaba – MG, em 1923. No ano de 1945 ingressou no Exército Brasileiro, a que serviu em Juiz de Fora – MG até 1948, quando se transferiu para o Rio de Janeiro. Residiu nesta cidade por 10 anos. Deslocando-se para a capital de São Paulo, lá residiu por 11 anos. Regressou à sua cidade natal, já como Oficial do Exército, e graduou-se em Letras-Português/Latim, pela Faculdade de Ciências e Letras São Tomás de Aquino. Posteriormente fez especialização em Análise Sintática, na Universidade de Uberaba – MG.
          Lecionou, durante vinte anos, em diversos estabelecimentos de ensino, em Uberaba, pertencendo ao quadro de professores da Polícia Militar do estado de Minas Gerais, sendo aposentado.
            Ainda nos bancos da Faculdade, interessou-se pela arte poética, publicando o opúsculo Antigamente era Assim, com sonetos, versos livres e trovas. Hoje , um romântico poeta contemporâneo, com características predominantes do Romantismo e do Parnasianismo, dedica-se inteiramente ao soneto, objeto único do livro Coroas Poéticas, publicado em março de 2005, e de grande parte do livro (ainda inédito) Versos Diversos.
         Paradoxalmente, os males que o vitimaram em 1999 (meningite, leucemia, viuvez e depressão) também o incentivaram a dedicar seus sonetos à dor, à mulher, às flores, à vida e à morte.
                Faleceu no dia 11 de maio de 2017, em Brasília-DF.


(ALMEIDA, Vivaldo Bernardes de, Coroas Poéticas, Planaltina, 2005)



JUDITH ALVES DE ALARCÃO
Cadeira nº 35



ÉRICO VERÍSSIMO
Cadeira nº 36

      Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebastião Veríssimo da Fonseca e Abegahy Lopes Veríssimo. Em 1909, com menos de 4 anos, vítima de meningite, agravada por uma broncopneumonia, quase vem a falecer. Salva-se graças à interferência do Dr. Olinto de Oliveira, renomado pediatra, que veio de Porto Alegre especialmente para cuidar de seu problema.
     Inicia seus estudos em 1912, freqüentando, simultaneamente, o Colégio Elementar Venâncio Aires, daquela cidade, e a Aula Mista Particular, da professora Margarida Pardelhas. Nas horas vagas vai o cinema Biógrafo Ideal ou vê passar o tempo na Farmácia Brasileira, de seu pai. Aos 13 anos, lê autores nacionais — Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos. Com tempo livre, tendo em vista o recesso escolar devido à gripe espanhola, dedica-se, também, aos autores estrangeiros, lendo Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola e Dostoievski.
        Em 1920, vai estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante, localizado no bairro de Teresópolis, em Porto Alegre. Tem bom desempenho nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia.
Inicia, em 1947, a escrever “O tempo e o vento”. Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho. Traduz “Mas não se mata cavalo”, de Horace McCoy. Faz a primeira adaptação para o cinema de uma obra de sua autoria: “Mirad los lírios Del campo”, produção argentina dirigida por Ernesto Arancibia que tinha em seu elenco Mauricio Jouvet e Jose Olarra.
        Ganha o Prêmio Jabuti – Categoria “Romance”, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, com o livro “O senhor embaixador”. Em 1968, é agraciado com o prêmio “Intelectual do Ano” (Troféu Juca Pato”), em concurso promovido pela “Folha de São Paulo” e pela “União Brasileira de Escritores”.
          O escritor falece subitamente no dia 28 de novembro de 1975, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria “A hora do sétimo anjo”.

(NOGUEIRA JR, Arnaldo, www.releituras.com/everissimo)



HELY LOPES MEIRELLES
Cadeira nº 37

            Hely Lopes Meirelles nasceu em Ribeirão Preto-SP, no dia 5 de setembro de 1917. Quando tinha pouco mais de um ano, ficou órfão de mãe, e foi educado pelos avós paternos em uma fazenda na cidade de Fartura, no sul do Estado de São Paulo, e foi depois para a capital, realizando o curso secundário no Colégio Rio Branco, onde fez várias amizades duradouras, entre as quais o futuro governador Abreu Sodré. É largamente reconhecido como um dos principais doutrinadores do Direito Administrativo e do Direito Municipal brasileiro, sendo autor de obras consideradas seminais nessas áreas.
         Cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, tendo se formado em 1942. Iniciou-se na advocacia com alguns amigos e pouco depois casou-se com Consuelo Celidônio Meirelles. Foi um jurista, advogado, magistrado e professor brasileiro.
         Ingressou na magistratura como juiz de direito em 1947. Em sua primeira comarca, Ituverava, sofreu um atentado após determinar a prisão preventiva de um rico fazendeiro, sendo gravemente ferido por três tiros disparados pelo réu. Atuou, posteriormente, nas comarcas de São Carlos e da capital paulista, e chegou a compor o Tribunal de Alçada Cível de São Paulo. Aposentou-se como magistrado em 1965. Em 1967, foi nomeado secretário de Estado do Interior pelo governador Abreu Sodré. No ano seguinte foi nomeado, a contragosto, secretário de Estado de Segurança Pública. Em 1969, mudou novamente de pasta, tornando-se secretário de Estado da Justiça, função que desempenhou até o ano seguinte. Após sua saída do governo paulista, regressou à advocacia, passando a atuar como consultor e parecerista.
             Em sua carreira acadêmica, foi professor universitário em 1955 na Escola de Engenharia de São Carlos (USP), no curso de administração municipal onde, baseado nas suas aulas, escreveu os livros Legislação para Engenheiros, Arquitetos e Urbanistas (Coletânea de Leis Anotada) e Direito de Construir, editado em 1961.
            Em 1967, já aposentado, elaborou um anteprojeto de lei orgânica do município de São Paulo. A estrutura do projeto foi adotada pelo município, e serviu de base para diversos outros municípios em todo o país.
               Outra festejada obra do jurista é o livro Mandado de Segurança, com mais de 30 edições publicadas, no qual aborda outros temas de direito processual constitucional, cujas versões mais recentes têm sido atualizadas pelos professores Arnold Wald e Gilmar Ferreira Mendes. Assim, as sucessivas edições de todos os seus livros têm sido republicadas graças a um trabalho em conjunto de sua filha Vera Meirelles e dos atualizadores da Malheiros Editores.
              Hely Lopes Meirelles faleceu na sua cidade natal, em 4 de agosto de 1990.



EURIDES BRITO
Cadeira nº 38

       Eurides Brito da Silva nasceu em Capanema, estado do Pará, filha caçula de retirantes nordestinos. De origem humilde, venceu pela educação, tendo sido professora desde os 14 anos de idade, quando começou sua luta para educar as crianças brasileiras.
        Capacidade e determinação para enfrentar e vencer os novos desafios jamais faltaram a essa educadora respeitada em todo o país. Sua carreira acadêmica teve um percurso que se iniciou como professora leiga, depois normalista, mais tarde licenciada em Geografia e História pela Universidade Federal do Pará, doutora e livre docente pela Universidade Federal do Paraná, pós-doutorada em Administração de Sistemas Educacionais na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA).
       Seu currículo profissional, além de sua missão de ensinar, contém as seguintes atuações: Durante dois mandatos, vice-presidente do Conselho Mundial de Sociedades de Educação Comparada; Diretora do Departamento de Ensino Médio e Superior da Secretaria de Educação do Pará; Dirigente de importantes órgãos do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal por quatro vezes;
        Foi, por dois mandatos consecutivos, Conselheira do Conselho Federal de Educação; Exerceu mandato de deputada federal pelo Distrito Federal e é deputada distrital em seu segundo mandato.
            Na área da cultura, terminou a construção do Teatro Nacional Cláudo Santoro e seu anexo; Criou o Arquivo Público e o Museu de Artes de Brasília. Criou também o quadro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Instituiu o Projeto Platéia, para levar espetáculos culturais às escolas públicas do DF e trazer os estudantes ao teatro. Recentemente, liderou a criação de uma ONG que mantém a Orquestra Sinfônica da Regional de Ensino de Ceilândia.
      Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, trabalhou no apoio à criação do Fundo Constitucional do Distrito Federal, visando assegurar recursos para a segurança, saúde e educação.
          Jamais perdeu de vista e bem assimilou os ensinamentos de sua mãe, de que as melhores conquistas da vida são as que resultam do próprio esforço. E que elas só vêm com muita dedicação à educação e ao trabalho. Mulher religiosa, sempre entregou a Deus a concretização de seus planos e projetos.

(Fonte: www.euridesbrito.com.br)



CORA CORALINA
Cadeira nº 39


            Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás Velho (GO), na casa que pertencia à sua família há cerca de um século e que se tornaria o museu que hoje reconta sua história. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacinta Luiza do Couto Brandão, Cora, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto (seu nome de batismo), cursou apenas as primeiras letras com mestra Silvina e já aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. Tragédia na Roça foi seu primeiro conto publicado.
             Em 1934 casou-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas e foi morar em Jabuticabal, interior de São Paulo, onde nasceram e foram criados seus seis filhos. Só voltou a viver em Goiás em 1956, mais de vinte anos depois de ficar viúva e já produzindo sua obra definitiva. O reencontro de Cora com a cidade e as histórias de sua formação alavancou seu espírito criativo.
            Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais, foi publicado em 1965, e levou Cora, aos 75 anos, finalmente a ser reconhecida como a grande porta-voz de uma realidade interiorana já afetada pelo avanço da modernidade, chegando a receber 06 prêmios de poesia no I Encontro das Mulheres na Arte. Recebeu, ainda, o troféu Juca Pato e o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás. O poeta Carlos Drummond de Andrade, surpreendido com a obra de Cora, escreveu-lhe em 1979: "(...) Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (...)"
             Cora Coralina tornou-se um símbolo da escritora que defende sua terra e sua gente, além de ser um ícone feminino na história de Goiás. Faleceu em Goiânia, a 10 de abril de 1985. Logo após sua morte, seus amigos e parentes uniram-se para criar a Casa de Coralina, que mantém um museu com objetos da escritora.

(D'ANDRÉA, Carlos F., www.cidadeshistoricas.art.br/hac/bio_cora)



OSWALDO CRUZ
Cadeira nº 40

       Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga, pequeno povoado no interior do estado de São Paulo. Foi o primeiro dos seis filhos do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amélia Taborda Bulhões Cruz. Em São Luiz do Paraitinga, mais precisamente na chácara do Dizimeiro, passou os primeiros anos de sua vida.
       Em 1877, quando tinha cinco anos, o pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro. Embora já lesse satisfatoriamente, tendo aprendido as primeiras letras com a mãe, foi só nessa ocasião que Oswaldo sentou-se, pela primeira vez, num banco escolar. Cursou o primário no Colégio Laure. Mais tarde, transferiu-se para o Colégio São Pedro de Alcântara e, depois, para o Externato Pedro II, onde se preparou para prestar os exames indispensáveis à matrícula nas escolas superiores.
        Em 1886, aos quatorze anos – idade em que a maioria dos estudantes iniciava o curso secundário -, Oswaldo Cruz prestou, com sucesso, os exames para o ingresso na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
      Oswaldo Cruz recebeu várias homenagens e prêmios, no Brasil e no exterior, em reconhecimento às suas contribuições para o desenvolvimento do país e da ciência médica, em geral. Para ele, tais homenagens eram dirigidas, na verdade, a todos os companheiros de Manguinhos.
            Em 1913, veio a confirmação do seu nome para a Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, recebeu homenagens em Montevidéu e em Buenos Aires: a cruz da Legião de Honra francesa e a homenagem da Sociedade de Medicina e Cirurgia.
          Aos trinta e cinco anos, após ter sido detectada a presença de albumina em sua urina, recebera um diagnóstico de nefrite, problema que conhecia bem, pois seu pai havia sofrido do mesmo mal até morrer, aos 48 anos. Sua saúde se deteriorava a olhos vistos e na noite de 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos, Oswaldo Cruz faleceu em Petrópolis-RJ.

(Biblioteca Virtual Oswaldo Cruz, www.google.com.br)



FRANCISCO DE PAULA GOMES FILHO
Cadeira nº 41

       Francisco de Paula Gomes Filho nasceu em 04 de março de 1956. Graduado em Letras (Português/Inglês) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), foi Membro Fundador da Academia Planaltinense de Letras (hoje, Academia Planaltinense de Letras, Artes e Ciências - APLAC).
     Como professor de Língua Portuguesa, trabalhou em vários colégios particulares e em Cursinhos Preparatórios para Vestibulares e Concursos. Foi Revisor de Textos Jornalísticos e trabalhou, também, em Ministérios, Tribunais e Empresas Particulares. Como Jornalista assinou, por alguns anos, a Coluna do Professor Xico, do jornal MESTRE D’ARMAS, por meio da qual apresentava ao público leitor “Curiosidades da Língua Portuguesa”.
          Como poeta e escritor, participou das antologias MOMENTO LITERÁRIO DE PLANALTINA e SONHOS E SAUDADES NA ABERTURA DO III MILÊNIO, obras publicadas pela APLAC em 1999 e 2000, respectivamente.



PAULO BERTRAN
Cadeira nº 42

           Paulo Bertran Wirth Chaibub foi um economista e historiador de Goiás. Natural de Anápolis-GO, era formado em economia pela Universidade de Brasília e pós-graduado em História e Planejamento pela Universidade de Estrasburgo, na França. Atuou como professor em Brasília e Goiânia, em várias instituições de ensino superior do Centro Oeste: Universidade de Brasília, Centro Universitário de Brasília e Universidade Católica de Goiás e Universidade Federal de Goiás. Dedicou-se à história colonial da região central do Brasil, especialmente da localidade onde viria a se instalar Brasília.
       Como escritor, deixou-nos as obras: Formação Econômica de Goiás (1979), Memória de Niquelândia (1985), Uma Introdução à História Econômica do Centro-Oeste do Brasil, História da Terra e do Homem no Planalto Central, Notícia Geral da Capitania de Goiás (1997), História de Niquelândia (1998), Cerratenses (1998) e Cidade de Goiás (2002).
            Paulo Bertran faleceu aos 56 anos, vitimado por uma parada cardiorrespiratória, em Goiânia, no dia 2 de outubro de 2005.



DELFINO DOMINGOS SPÉZIA
Cadeira nº 43

         Delfino Domindos Spézia, filho dos agricultores Bonifácio e Maria Balsanelli, nasceu na cidade de Luiz Alves-SC, em dezembro de 1923.
         Sem vocação para os trabalhos rurais e sim para a literatura, o menino Delfino Domingos foi enviado para um seminário, única oportunidade de ter acesso a uma educação clássica, primeiro em Lavrinhas e depois Pindamonhangaba, duas cidades do interior paulista.
    Mas, na sua grande primeira missão em Formosa, ainda como seminarista, apaixonou-se pela jovem Maria Mirtes de Macedo e desistiu de ser padre. Casaram e tiveram cinco filhos: Maria Izabel, Telma, Domingos Sávio, Carlos Humberto e Karine.
       Delfino veio para Brasília em 1961. Morou no Setor Tradicional de Planaltina e deu aula de língua portuguesa, francês e latim para meia dúzia de alunos que estudavam no então Centro Educacional 1, o Centrão. Dois anos depois, a escola cresceu e o professor teve a ideia de compor o chamado Hino do Colégio de Planaltina, que mais tarde se tornou a música oficial da cidade.
              Autor de dois livros de poesias, Folhas de Outono (2001) e Pescador Solitário (2010), Spézia integra o quadro da Associação Nacional dos Escritores, ANE e faz parte do Clube dos Pioneiros de Brasília.
        Delfino Domingos Spezia recebeu as seguintes condecorações: Título de Cidadão Formosense – da Prefeitura Municipal de Formosa, GO (1960); Diploma de Benfeitor do Santuário Nacional de Fátima – Brasília (1978); Medalha Mérito do Buriti – concedida pelo Governo do Distrito Federal (1981); Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres – Ministério da Educação da França (1983); Diploma e Medalha de Honra ao Mérito, do Clube dos Pioneiros de Brasília (1995); e Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho – Cavaleiro (1997).



LAURO MORHY
Cadeira nº 44

        Lauro Morhy (Guajará-Mirim, 15 de agosto de 1940 - 17 de julho de 2016) foi um biólogo pesquisador brasileiro, e reitor da Universidade de Brasília. Atuou na área da Química de Proteínas, onde ganhou reconhecimento por ter determinado pela primeira vez no Brasil, a estrutura sequencial completa de uma proteína.
           Lauro iniciou sua formação acadêmica em 1965, quando se tornou bacharel em química pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Em 1976 tornou-se mestre em biologia molecular pela Universidade de Brasília (UnB), e em 1985, obteve o título de doutor em biologia molecular pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Em 1970, o acadêmico começou a lecionar várias disciplinas nas áreas de química e biologia na Universidade de Brasília.
           Se tornou Decano de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB, cargo que ocupou antes de assumir a reitoria da universidade, em 1997.
       Dentre os seus feitos como reitor da UnB, podemos destacar a fundação da Diretoria de Acesso ao Ensino Superior (DAE), atual Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe). Como diretor-geral, propôs um novo sistema de seleção de alunos, posteriormente denominado Programa de Avaliação Seriada (PAS). Fundou o Centro Brasileiro de Serviços e Pesquisas em Proteínas, no ano de 1981.
        Prestou consultorias científicas a diversos órgãos públicos, empresas, e fundações. Dentre eles, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Banco do Brasil (FBB). Foi membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e presidente da Associação Brasileira de Química (ABQ). Se tornou membro da Sociedade Brasileira de Química, Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular e da New York Academy of Sciences.
       O pesquisador colecionou condecorações, e homenagens. Dentre elas, a Medalha Mérito Alvorada e a Medalha Mérito de Pioneiro (Brasília). É cidadão honorário de Brasília, e professor emérito da UnB.

(Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Lauro_Morhy)




NEIVA ZELAYA
Cadeira nº 45

          Neiva Chaves Zelaya (Propriá, 30 de outubro de 1925 — Brasília, 15 de novembro de 1985), mais conhecida por Tia Neiva, foi uma médium clarividente brasileira que fundou o Vale do Amanhecer, doutrina espiritualista que agrega elementos de várias religiões.
           Neiva cresceu na região da cidade de Jaraguá junto de sua família: o pai, Antônio de Medeiros Chaves; a mãe, Maria de Lourdes Seixas Chaves (D. Sinharinha) e seus 3 irmãos: Nivaldo, José Luís e Maria de Lourdes (Linda).
           Casou-se, aos 18 anos, com Raul Zelaya Alonso, então secretário do engenheiro Bernardo Sayão e com ele teve 4 filhos: Gilberto, Carmem Lúcia, Raul Oscar e Vera Lúcia. Ficou viúva aos 22 anos.
         Viúva, com 4 filhos e sem recursos, buscou atividades comerciais para sobreviver: abriu o Foto Neiva, em Ceres-GO, trabalhou como costureira, agricultora e, por fim, aprendeu a dirigir e se tornou a primeira motorista profissional do Brasil. Com seu caminhão e seus filhos a tiracolo, percorreu diversos estados brasileiros, atuando como fretista ou mascate, até fixar-se em Goiânia e receber o convite, por parte de Bernardo Sayão, para trabalhar na construção de Brasília. Mudou-se para a Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante), onde, aos 33 anos, teve despertada a sua mediunidade.
            Em 1958 deixou o Núcleo Bandeirante, onde começara sua missão espiritualista, e junto com seus filhos Gilberto, Carmem Lúcia, Vera Lúcia e Raul, e mais cinco famílias espiritualistas, fundou, em 8 de novembro de 1959, a União Espiritualista Seta Branca - UESB, na Serra do Ouro, próximo a Alexânia (GO).
            Em 9 de novembro de 1959, Tia Neiva ingressou na Alta Magia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em 1964 mudou-se para Taguatinga, onde funcionou a Ordem Espiritualista Cristã. Neste mesmo ano Tia Neiva foi internada por causa da tuberculose.
            Após longa busca, Tia Neiva e seu grupo chegaram a Planaltina, em 9 de novembro de 1969, onde fundou o atual Vale do Amanhecer.

(Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Tia_Neiva)



VIRIATO DE CASTRO
Cadeira nº 46



VITORINO BEVINHATI
Cadeira nº 47

        Nascido na Itália, em 1886, o imigrante Vitorino Bevinhati naturalizou-se brasileiro em 1948. Iniciou suas atividades em território paulista e a estendeu a Minas, antes de se fixar em Goiás. Foi um verdadeiro semeador de empresas, um experimentador de tecnologia, um explorador de novos negócios.
     No comércio, foi desde o armarinho até a distribuição de combustíveis; intermediou negócios imobiliários; percorreu o circuito da pecuária com charqueada, cortume, fabricação de selas e indústria de calçados; teve máquina de arroz e olaria; foi pedreiro e empreiteiro, erguendo até o respaldo a futura catedral de Ipameri; até mesmo o cinema passou por suas mãos. Ocupou cargos públicos em Planaltina e foi presidente de Associação Comercial de Ipameri, onde viveu até 1968.
            Vitorino Bevinhati foi o responsável por encomendar e fazer chegar a Planaltina as partes do monumento que assinalaria a posição exata da futura Brasília, considerada a pedra fundamental de Brasília. Esta tarefa foi confiada a uma comissão no início daquele ano, quando se comemorava o primeiro centenário da independência do país; o objetivo era a inauguração do monumento ao meio-dia de 7 de setembro. Isso foi conseguido ao final de uma viagem cheia de peripécias, iniciada em São Paulo por ferrovia e completada, entre Ipameri e Planaltina, pela estrada de Bevinhati.



RITA SALGADO
Cadeira nº 48



FRANKLIN GRAHAM
Cadeira nº 49



Pe. ANTÔNIO MARCIGÁGLIA
Cadeira nº 50



RENATO RUSSO
Cadeira nº 51

       Renato Russo, nome artístico de Renato Manfredini Júnior, nasceu no Rio de Janeiro, a 27 de março de 1960 e foi um cantor e compositor brasileiro, célebre por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes de fundar o grupo, Renato integrou o grupo musical Aborto Elétrico, do qual saiu devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos. Adotou o sobrenome artístico Russo em homenagem ao inglês Bertrand Russell e aos franceses Jean-Jacques Rousseau e Henri Rousseau.
            Como integrante da Legião Urbana, Renato lançou oito álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente e diversos contos. Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Biquíni Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude.
            Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, em que Renato Russo ocupa o 25° lugar.
            Renato morreu, também no Rio de Janeiro, devido as complicações causadas pelo HIV, em 11 de outubro de 1996, na época com 36 anos, faltando apenas 1 dia para o aniversário da banda. Amigos do cantor afirmam que ele contraiu a doença após se envolver com um rapaz que conheceu em Nova Iorque, portador da doença, em 1989.



RAUL SEIXAS
Cadeira nº 52

            Raul Santos Seixas nasceu em Salvador, Bahia, no dia 28 de junho de 1945. Desde a adolescência, ficou impressionado com o fenômeno do Rock and Roll, o que levou a criar uma banda chamada "Os Panteras". Lançou o seu primeiro disco em 1968, “Raulzito e seus Panteras”. Mas o sucesso veio mesmo depois do lançamento do disco “Krig-ha, Bandolo!” (1973), cuja música principal, “Ouro de Tolo”, fez grande sucesso no Brasil. O disco tinha outras músicas de grande repercussão, como “Mosca na Sopa” e “Metamorfose Ambulante”.
        Raul Seixas se envolveu com ocultismo, estudou filosofia e psicologia, o que o fez um dos poucos compositores a tentar imprimir suas ideias em letras aliadas ao som vibrante do Rock, juntamente com ritmos nordestinos.
            Em 1974, criou a Sociedade Alternativa, um conceito de sociedade livre inspirada no ocultista Aleister Crowley e que foi tema de uma de suas canções do disco "Gita" (1974). Também foi produtor musical da CBS durante sua estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock Brasileiro" e "Maluco Beleza".
            Raul Seixas produziu bons trabalhos como "Novo Aeon" (1975), "Metrô Linha 743" (1983), "Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" (1987) e "A Panela do Diabo"(1989), este último, em parceria com o roqueiro Marcelo Nova. Raul Seixas foi considerado um dos maiores músicos brasileiros, com grande número de admiradores.
                Raul Seixas enfrentou sérios problemas com o álcool, e faleceu no dia 21 de agosto de 1989, com apenas 44 anos, vítima de pancreatite aguda.




DULCINA DE MORAES
Cadeira nº 53
            Dulcina de Moraes foi uma atriz de teatro brasileira. Fundadora da Fundação Brasileira de Teatro, FBT, depois transformada na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, em Brasília.
        Era filha de dois grandes nomes da época: Átila e Conchita de Moraes. O seu nome é uma homenagem a sua avó materna Dulcina de Los Rios Vallina, que também era atriz.
           Com apenas um mês de vida, Dulcina já estava em cena, no lugar de uma boneca que ocupava o berço utilizado na peça. Aos 15 anos estreou o espetáculo "Travessuras de Berta", pela companhia Brasileira de Comédia no Teatro Trianon. Em 1925 é contratada pela companhia Leopoldo Fróes, uma das mais importantes da época, como Jeannine, papel principal de "Lua Cheia", de André Birabeau.
                Em 4 de julho de 1930, casa-se com o ator e escritor Odilon Azevedo e, em 1935, ao lado do marido, funda a Cia. Dulcina-Odilon, responsável por êxitos nos palcos nacionais. A Cia. foi a primeira a apresentar ao público brasileiro autores como García Lorca (Bodas de Sangue), D’Annunzio (A Filha de Iório), Bernard Shaw (César e Cleópatra, Santa Joana, Pigmaleão) e Jean Giraudoux (Anfitrião 38).
             Em 1939, recebe a medalha do mérito da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, como melhor atriz do ano pelo conjunto de trabalhos (carece de fontes). Em 1955, Dulcina inaugurou a Fundação Brasileira de Teatro, dedicando-se integralmente a este projeto, primeiro no prédio onde hoje está o teatro que leva seu nome, no centro do Rio de Janeiro, e mais tarde, em 1972, em Brasília, formando centenas de atores.
                  Em 1966 morre o marido e companheiro de palco Odilon Azevedo. Em 1972 transfere a FBT para Brasília e muda-se para a cidade. Em 21 de abril de 1980, inaugura o Teatro Dulcina em Brasília. Dulcina de Moraes faleceu aos 88 anos, em Brasília, no dia 27 de agosto de 1996, devido a complicações após uma cirurgia de diverticulite.



SANTIÊ TAPUIA
Cadeira nº 54



JOÃO GABRIEL GONDIM DE LIMA
Cadeira nº 55



CASSIANO NUNES
Cadeira nº 56

            Poeta, escritor, crítico literário e conferencista brasileiro, Cassiano Nunes, nasceu em Santos-SP, no dia 27 de abril de 1921.
         Filho de um português de escassas letras, para quem “livros não davam dinheiro”, o futuro poeta e professor Cassiano Nunes Botica, a princípio, não teve como não se vergar à imposição do pai: formou-se técnico de Contabilidade pelo Colégio Santista, instituição católica dirigida pelos Irmãos Maristas, em uma época em que a profissão de contador significava na cidade pelo menos uma carreira na prefeitura local ou em alguma empresa de despachos aduaneiros ou de corretagem de café. Àquela época, cursar o Colégio Santista era privilégio reservado a famílias que tinham recursos financeiros, o que indica que a de Cassiano não seria de modesta condição.
            Foi difícil, mas Cassiano conseguiu escapar do futuro discreto e obscuro que o pai, autoritário insistia em lhe apontar, não sem antes passar três anos como datilógrafo de um instituto de aposentadoria para os estivadores, até conseguir um emprego no Office for Inter-American Affairs, ainda em sua cidade natal.
                Mas, por conta própria, começou a ler muito, até que se integrou aos meios intelectuais da cidade nos anos de 1940. Foi nessa época, então, que encontrou guarida em “A Tribuna”, principal diário da cidade, onde começou a publicar resenhas e críticas de livros.
                 Ainda na década 40, com os poetas Roldão Mendes Rosa (1924-1988) e Narciso de An­drade (1925-2007), Cassiano Nunes participou do movimento literário denominado Pesquisista, que reuniria também, entre outros nomes, Miroel Silveira (1914-1988), Cid Silveira (1910-?), Nair Lacerda (1903-1996) e Leonardo Arroyo (1918-1985); e foi secretário-executivo da Câmara Brasileira do Livro a partir de 1947, quando a entidade iniciava suas atividades em prol da difusão do livro no país.
               Estudou literatura norte-americana em Ohio, depois trabalhou na editora Saraiva, foi para a Alemanha estudar na Universidade de Heidelberg, onde também lecionou literatura brasileira. Foi professor visitante na Universidade de Nova Iorque e, por último, ingressou na Universidade de Brasília (UnB).
           Autor de vasta obra, foi amigo pessoal de Carlos Drummond de Andrade e de Mário Quintana.
               Faleceu aos 86 anos, no dia 15 de outubro de 2007, sem deixar herdeiros. Sua residência será um museu em Brasília.



TEODORO FREIRE
Cadeira nº 57

       Teodoro Freire, nascido no interior do Maranhão (São Vicente Ferrer), em 1920), mais conhecido como Seu Teodoro e Mestre Teodoro, foi um mestre de bumba-meu-boi.
     Desde criança, apesar da proibição da sua mãe, gostar de assistir às festas folclóricas da sua cidade. Já adulto, entre 1953 e 1961, promoveu apresentações de bumba-meu-boi no Rio de Janeiro.
      Em 1962, foi morar na recém-inaugurada Brasília, e trabalhou como contínuo na Universidade de Brasília (UnB). Em dezembro daquele ano, promoveu a primeira festa de bumba-meu-boi na nova capital do país. Em 1963, criou um Centro de Tradições Populares em Sobradinho-DF.
   Seu trabalho para promoção da cultura maranhense recebeu o reconhecimento do IPHAN como patrimônio imaterial. Recebeu o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2006.
            Mestre Teodoro morreu de enfisema pulmonar, em 2012, aos 91 anos.




PAULO FREIRE
Cadeira nº 58

          Paulo Reglus Neves Freire (Recife-PE, 19 de setembro de 1921) foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.
           Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
               Autor de Pedagogia do Oprimido, livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
          Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986. Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Segundo uma pesquisa envolvendo três estados brasileiros, Paulo Freire é o nome de escola mais comum.
               Paulo Freira faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997, aos 75 anos.




URBANO DO COUTO MENEZES
Cadeira nº 59



PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA
Cadeira nº 60


      Pedro Ludovico Teixeira nasceu na cidade de Goiás, então capital do estado de Goiás, em 23 de outubro de 1891. Filho do médico João Teixeira Álvares (membro da Academia Nacional de Medicina) e de Josefina Ludovico de Almeida, formou-se médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1915.
     Um dos líderes da Revolução de 1930, em Goiás, interventor federal no estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937, foi responsável direto pela mudança da capital de Goiás para Goiânia.
     Político goiano, Pedro Ludovico Teixeira fazia parte do núcleo de oposição em Goiás que se esboçava em Rio Verde, Inhumas e Anápolis, contra o poderio político dos Caiado. Pedro Ludovico reuniu um grupo de 120 voluntários de Goiás e Triângulo Mineiro com a intenção de invadir o sudoeste goiano, porém, perto de Rio Verde, foi preso pelas tropas caiadistas, em 4 de outubro de 1930. Em 24 de outubro do mesmo ano foi determinada a sua remoção para a cidade de Goiás, mas durante o percurso veio a notícia da vitória da revolução. Assim, Pedro Ludovico chegou ao destino não mais como prisioneiro, mas para assumir a liderança de um movimento vitorioso e o governo provisório do estado. Em 21 de novembro, foi nomeado interventor em seu estado.
            Em 1933 foi decidida a reconstitucionalização do país, e Ludovico tomou parte ativa na criação do Partido Social Republicano (PSR), que viria a preencher todas as cadeiras da representação goiana na Constituinte de 1934. Em 1935, seguindo as normas da Constituição Federal votada no ano anterior, reuniu-se a Assembléia Constituinte do estado de Goiás, que o elegeu governador.
             Interventor federal pela segunda vez (1937-1945) e governador eleito (1951-1954), além de ser senador eleito por duas vezes (1955-1962 e 1962-1970),em 1968,  Pedro Ludovico estava na Vice-Presidência do Senado quando teve o mandato cassado e suspensos seus direitos políticos por dez anos, em 1969 pelo AI-5.
              No ano de 1973 lançou, em Goiânia, pela Editora Cultura Goiana, 313 páginas, a primeira edição da sua autobiografia, sob o título de "Memórias". Em 1977, Pedro Ludovico manifestou-se contrário à extinção do bipartidarismo e favorável à candidatura do senador José de Magalhães Pinto (Arena — MG) à presidência da República. Dois anos depois, declarou-se partidário da abertura democrática, defendendo a anistia ampla e manifestando contentamento pelos bons resultados alcançados pelo MDB nas eleições de 1978.
             Foi, também, redator do jornal goiano A Voz do Povo e membro honorário da Academia de Letras de São Paulo. Faleceu em Goiânia, no dia 16 de agosto de 1979, quando preparava mais um volume de seu livro Memórias.